O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, afirmou hoje que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças devem explicações ao país sobre a contratação de Sérgio Figueiredo, que disse parecer uma "troca de favores".
"O PSD não vai deixar passar incólume e não vai deixar de denunciar este tipo de atitudes por parte do Governo do Partido Socialista", afirmou Hugo Soares, que diz aguardar "esta semana por uma explicação por parte do Governo e por parte do primeiro-ministro [António Costa]" em relação à contratação do ex-diretor de informação da TVI Sérgio Figueiredo.
O secretário-geral do PSD reagia à notícia divulgada na terça-feira pelo jornal Público, segundo a qual o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP, Sérgio Figueiredo, como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas.
Segundo o jornal, o contrato em questão é por ajuste direto e Sérgio Figueiredo irá auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro, correspondendo a 4.767 euros. Sérgio Figueiredo terá começado a desempenhar as suas funções a 29 de julho.
"É um Governo que acha que tudo pode, usa a maioria absoluta como um poder absoluto e, novamente, com tiques de autoritarismo", disse Hugo Soares à agência Lusa, acrescentando que o executivo do país "contrata dando a sensação de que se trata de uma troca de favores, tanto mais quando hoje se sabe que é uma redundância de funções existentes no próprio Governo e no próprio Ministério das Finanpas", liderado por Fernando Medina.
O Primeiro-ministro e o ministro das Finanças "devem explicações ao país, continuam sem as dar e demonstram que julgam que o Governo é o dono do Estado e que tudo pode", atitude que Hugo Soares garante que "o PSD não vai deixar passar incólume e não vai deixar de denunciar".
Nas Caldas da Rainha, onde esta noite visitou a Expotur -- Festa de Verão e jantou com eleitos de concelhias social-democratas, o dirigente do partido deixou ainda críticas à forma "como o Governo se desresponsabiliza de tudo o que vai acontecendo" no país, apontando "o caos na saúde, problemas nos transportes públicos e o flagelo dos incêndios".
"O que está a acontecer no incêndio da Serra da Estrela é responsabilidade da falta de coordenação da tutela e, portanto, é responsabilidade do Governo", acusou, criticando a "descoordenação" e "falta de comando" no combate às chamas e o anúncio, após o Conselho de Ministros de hoje, da compra de mais de 80 veículos de combate aos incêndios.
"Mas, então, a meio de agosto é que o Governo decide comprar veículos de combate aos incêndios, que tão pouco sabe se chegam a tempo do verão?", questionou Hugo Soares, instando o Governo a assumir responsabilidades.