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PS requer audições de Carlos Costa e Sérgio Monteiro sobre Novo Banco

por RTP
A venda ao fundo Lone Star do banco nascido da resolução do BES foi anunciada na passada sexta-feira pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa Lusa

O PS requereu esta segunda-feira audições urgentes em sede de comissão parlamentar de Orçamento e Finanças do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e do responsável pela negociação da venda do Novo Banco, Sérgio Monteiro, tendo em conta a complexidade do processo.

O requerimento é assinado pelo líder parlamentar socialista, Carlos César. No texto argumenta-se que a Assembleia da República “deve conhecer com detalhe todos os aspetos preparatórios e contratados da operação” de alienação do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.

O presidente do PS, Carlos César, afirmou que o partido apoia a solução encontrada pelo Governo para a venda do Novo Banco e não compreende as críticas da oposição.



O dirigente comunista, Jorge Pires, anunciou a apresentação de um projeto de resolução no parlamento que recomenda ao Governo PS a suspensão da venda do Novo Banco e a sua nacionalização.



O PS considera que a complexidade da operação “torna necessária” a “audição dos negociadores”.O dossier da venda do Novo Banco foi gerido pelo Banco de Portugal, tendo este contratado o ex-secretário de Estado do Governo de PSD e CDS-PP Sérgio Monteiro exclusivamente para essa finalidade. O ex-governante ficou a auferir um ordenado mensal acima de 20 mil euros.



A venda ao fundo Lone Star do banco nascido da resolução do BES foi anunciada na passada sexta-feira pelo governador do Banco de Portugal, em conferência de imprensa. Seria mais tarde detalhada pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças.

O grupo norte-americano Lone Star propõe-se concretizar injeções de capital no Novo Banco num montante total de mil milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros no encerramento da operação e 250 milhões até 2020.
Debate de atualidade
A venda do Novo Banco vai estar na próxima quarta-feira sobre a mesa num debate parlamentar de atualidade suscitado pelo Bloco de Esquerda, que insiste na ideia de que o Governo deve submeter o processo a votação na Assembleia da República.

“Temos dito e repetido, o Governo deve levar este negócio ao Parlamento, pela nossa parte já na quarta-feira garantimos que o Parlamento vai ter um debate sobre o tema, mas não chega, este é só um primeiro passo. Nós achamos que o Parlamento deve votar esta decisão”, reafirmou a coordenadora bloquista, Catarina Martins, em São Mamede Infesta, Matosinhos.“Esta entrega do Novo Banco à Lone Star é um erro”, avaliou Catarina Martins.


“Esta decisão não pode ser tomada à margem do Parlamento. O Parlamento tem de ter uma palavra sobre o que está a ser decidido. São muitos milhares de milhões de euros dos contribuintes, são muitas responsabilidades para o futuro, são muitas responsabilidades que ficam para governos futuros pagarem, eu acho que ninguém compreende no país que essa decisão possa ser tomada à margem da Assembleia da República”, enfatizou a dirigente partidária, que falava aos jornalistas à margem de uma deslocação a uma repartição de Finanças de Matosinhos.

Ainda segundo Catarina Martins, “é bom conhecer-se os termos da oferta do Novo Banco ao Lone Star”, tendo em conta que “nos últimos anos os portugueses pagaram 13 mil milhões de euros para a banca e em Portugal cada vez há menos bancos”.

“O Banif foi entregue ao espanhol Santander, o BPN foi entregue aos angolanos do BIC, tivemos entretanto, por outras formas, o BCP controlado pelo capital chinês da Fosun, e o BPI controlado pelo capital catalão do Caixa Bank. Eu pergunto se nós achamos mesmo agora que o Novo Banco deve ser controlado pelos americanos da Long Star?”, questionou.

“A hipótese da nacionalização, que o BE pôs em cima da mesa desde o primeiro momento, era uma hipótese que não ficava mais cara, pelo contrário, a prazo ficaria mais barata do que a hipótese da entrega ao fundo da Lone Star”, argumentou.

“O Estado vai estar sempre a pagar, pagou no passado, vai pagar no futuro, e a Lone Star não paga nada. É impossível a nacionalização ficar mais cara do que este negócio ruinoso e, portanto, a nacionalização não só não ficava mais cara, como, pelo menos os contribuintes, podiam mandar nalgum dos bancos que já pagaram. O nosso país não ficava tão desprotegido, tão vulnerável, como está neste momento”, concluiu Catarina Martins.

c/ Lusa
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