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Propostas fiscais. Mendonça Mendes acusa PSD de "competição à direita" e de não cumprir com compromisso eleitoral

por Joana Raposo Santos - RTP
Para Mendonça Mendes, o principal partido da oposição está também a falhar na sua promessa aos eleitores Tiago Petinga - Lusa

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro disse esta quarta-feira ver as propostas fiscais apresentadas pelo PSD como uma tentativa de os social-democratas vencerem uma "competição à direita". Para António Mendonça Mendes, o principal partido da oposição está também a falhar uma promessa, já que apresentou medidas diferentes daquelas que inscreveu no programa eleitoral.

“Acho que aquilo que mudou foi uma competição à direita, porque há um partido hoje que ocupa um espaço relevante na direita, que é a Iniciativa Liberal”, partido que “se popularizou por fazer propaganda a baixar impostos”, considerou Mendonça Mendes em entrevista ao 360, na RTP3.

“Penso que o PSD está a procurar dar uma resposta àquilo que são as dificuldades que tem na direita, mas fá-lo curiosamente beneficiando um outro partido à direita, que é o partido que se alimenta precisamente da falta de confiança dos portugueses nas instituições”, afirmou.O secretário de Estado adjunto disse ainda ter sempre “muita cautela” quando ouve as propostas fiscais do PSD, pois considera esse partido “um pouco errático naquilo que é a sua proposta fiscal”.

O responsável argumentou ainda que “as propostas que hoje foram anunciadas, quando forem votadas pelos deputados do PSD, serão votadas pelos mesmos deputados que se apresentaram às eleições com outro programa completamente diferente do que aquele que estão agora a propor”.

Mendonça Mendes lembrou que “o PSD, quando foi a eleições, disse que iria baixar o IRC logo em 2023 e continuaria a fazê-lo em 2024, e que deixaria para 2025 e 2026 uma descida de 800 milhões de euros no total do IRS se as condições assim o permitissem”.

Assim sendo, o Governo quer que os social-democratas expliquem aos eleitores que votaram no partido “as razões que os levam a alterar aquilo que é o seu compromisso eleitoral”.
Governo promete continuar a baixar impostos
Questionado sobre medidas concretas para a redução de impostos, o adjunto de António Costa referiu que “desde 2016, todos os anos – e nem a pandemia o impediu de fazer – temos vindo consecutivamente a diminuir o IRS de forma transversal para todas as famílias”.

António Mendonça Mendes frisou que o Governo “já sinalizou que continuará a fazer” essa redução. As propostas concretas só serão, no entanto, apresentadas no próximo Orçamento do Estado.
Entrevista na íntegra ao secretário de Estado adjunto António Mendonça Mendes

Sobre a proposta do PSD para fixar um IRS máximo de 15 por cento para os jovens até aos 35 anos, o responsável disse ter “alguma dificuldade em perceber essa medida”, já que “a taxa média efetiva de imposto paga em Portugal é de 13 por cento de IRS”, sendo que a do IRS jovem “é bastante abaixo” dessa percentagem.

“Um máximo de taxa de 15 por cento só beneficia mesmo os salários muito elevados, e portanto essa medida (…) é de propaganda” e que “não faz sentido”, defendeu.

O PSD apresentou, esta quarta-feira, medidas detalhadas para baixar os impostos. São cinco propostas para "uma reforma fiscal de fundo", resumiu o vice-presidente do partido.
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