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Previsões de primavera. Bruxelas revê em alta crescimento da economia portuguesa para 2,4%

por RTP
A estimativa para o ano em curso situa o país entre as três economias da Zona Euro com a maior taxa de crescimento, a par da Grécia Yves Herman - Reuters

A Comissão Europeia procedeu esta segunda-feira a uma revisão em alta da estimativa de crescimento da economia portuguesa, este ano, para os 2,4 por cento. Valor que corresponde à terceira maior taxa da Zona Euro. Bruxelas mostra-se mais otimista do que o Governo.

Nas previsões económicas de primavera, a Comissão Europeia melhora a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto português para 2023, face à estimativa de um por cento em fevereiro. Deixou inalterada a projeção de 1,8% para 2024.

No Programa de Estabilidade 2023-2027, o ministro português das Finanças apontou uma estimativa de crescimento de 1,8 por cento este ano e de dois por cento no próximo. Contudo, os números do Governo português foram calculados antes de serem conhecidos os dados referentes ao primeiro trimestre deste ano e que, só por isso, já implicam um crescimento anual de pelo menos dois por cento.A estimativa para o ano em curso situa o país entre as três economias da Zona Euro com a maior taxa de crescimento, a par da Grécia. Para a Irlanda, a previsão é de 5,5 por cento e para Malta é de 2,4.

A Comissão Europeia prevê também que o défice português diminua para 0,1 por cento este ano, o menor da Zona Euro, e o melhor resultado à exceção dos excedentes previstos para a Irlanda e Chipre, estando novamente mais otimista do que o Governo de António Costa. Isto é, Bruxelas aponta para uma redução do défice português de 0,4 por cento do PIB em 2022 para 0,1 por cento este ano.

A projeção coloca assim Portugal como o país com o menor défice da Zona Euro e da União Europeia este ano, um resultado orçamental apenas ultrapassado pelos excedentes projetados para Irlanda, com 1,7 por cento, e para o Chipre, com 1,8 por cento.

"Após uma forte recuperação no início de 2023, o crescimento económico deve enfraquecer no segundo trimestre do ano e voltar recuperar a partir de então", lê-se no documento do Executivo comunitário.

A inflação nominal deve "moderar, embora os ajustes salariais ao nível recorde de emprego devam manter a pressão sobre os preços dos serviços".

Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas

"Depois de diminuir para 0,4 por cento do PIB em 2022, o défice das administrações públicas de Portugal deverá melhorar para 0,1 por cento do PIB em 2023 e 2024", acrescenta o texto. Inflação em Portugal de 5,1%
A Comissão Europeia melhorou a projeção da taxa de inflação em Portugal para 5,1 por cento este ano, esperando uma moderação para 2,7 por cento em 2024, refletindo inicialmente os preços da energia e depois dos bens alimentares.A Comissão Europeia calcula uma taxa de desemprego em Portugal de 6,5 por cento em 2023 e de 6,3 no próximo ano.

Bruxelas dá nota de que depois de atingir 10,2 por cento no quarto trimestre de 2022, a inflação medida pelo Índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) moderou para 8,4 por cento no primeiro trimestre de 2023, uma redução em grande parte impulsionada pelos preços mais baixos da energia, enquanto os preços dos alimentos continuaram elevados.

O Executivo comunitário acredita que a inflação deverá registar uma nova moderação ao longo do horizonte de previsão, "impulsionada inicialmente pelo índice de preços da energia e posteriormente pelos bens alimentares e não industriais".Melhor projeção de crescimento da Zona Euro e UE
De acordo com os resultados agora divulgados pela Comissão Europeia, melhorou a projeção do crescimento económico na Zona Euro e União Europeia para 2023 e 2024, revendo-o para 1,1 e 1 por cento este ano e para 1,6 e 1,7 por cento no seguinte, respetivamente.

O Executivo comunitário estima assim, um crescimento económico na área da moeda única de 1,1 por cento ao passo que, em fevereiro, estimava 0,9 por cento, e um crescimento do PIB de 1 por cento na UE, dois pontos percentuais acima do anteriormente projetado, 0,8 por cento.

Para 2024, a estimativa agora divulgada indica que o PIB do euro avançará 1,6 por cento quando anteriormente se esperava 1,5 por cento, e que o crescimento económico da UE seja de 1,7 por cento enquanto nas previsões de fevereiro se estimava 1,6 por cento.

A revisão em ligeira alta é possível porque a economia do bloco da moeda única e da UE “teve um desempenho melhor do que o previsto”, justifica Bruxelas no documento, notando que, apesar de nas previsões de fevereiro se prever uma contração no primeiro trimestre de 2023, neste período chegou mesmo a registar-se “um crescimento positivo”.

"Durante o inverno passado, a economia da UE teve um desempenho melhor do que o esperado", refere o Executivo comunitário.

"Como as perturbações causadas pela guerra na Ucrânia e a crise energética afetaram as perspetivas para a economia da UE, e as autoridades monetárias em todo o mundo embarcaram num forte aperto das condições monetárias, uma recessão de inverno na UE parecia inevitável no ano passado".

A Comissão Europeia reviu ainda em alta a previsão de taxa de inflação na Zona Euro para 2023, sendo agora de 5,8 por cento face aos 5,6 por cento anteriormente previstos, admitindo que está a revelar-se “mais persistente”. Aponta também que a taxa de inflação "voltou a surpreender” pela sua tendência de subida, pelo que se prevê agora 5,8 por cento este ano na área da moeda única, que compara com 5,6 por cento nas anteriores projeções de inverno, publicadas em fevereiro.Para 2024, a previsão é de uma taxa de inflação na Zona Euro de 2,8 quando anteriormente se previa 2,5 por cento.

No conjunto da UE, a projeção é de uma taxa de inflação de 6,7 este ano e de 3,1 por cento no seguinte, o que compara com 6,4 e 2,8 por cento, respetivamente, estimadas nas previsões de inverno.

“Depois de atingir um pico em 2022, a inflação global continuou a diminuir no primeiro trimestre de 2023, devido a uma forte desaceleração dos preços dos produtos energéticos”, mas “a inflação subjacente - inflação global excluindo os produtos energéticos e os produtos alimentares não transformados - está, no entanto, a revelar-se mais persistente”, admite Bruxelas.

c/ agências

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