Preços de referência no gás de botija seguem direção oposta à liberalização dos mercados

por Lusa

Lisboa, 23 jul (Lusa) -- O diretor geral da Rubis, empresa que comprou o negócio de GPL da BP em Portugal, defendeu hoje que a definição de preços de referência para o gás de botija vai na direção oposta à tendência de liberalização dos mercados.

Em declarações à Lusa, o diretor geral da Rubis, Arnaud Havard, afirmou ter dúvidas quanto às mais-valias da fixação de preços de referência para o gás de botija, considerando que a intenção do Governo "parece ir no sentido oposto ao da liberalização dos mercados, como o do gás natural".

O Governo anunciou em abril a intenção de fixar um preço de referência para o gás de botija, com o objetivo de dar informação aos consumidores, pressionar o mercado e baixar os preços de venda.

"Temos um preço definido junto dos revendedores para que o custo da botija de gás seja o mesmo em todo o país, apesar das diferenças em termos de custos de uma região para outra", declarou.

O diretor geral da Rubis acrescentou que "caso as autoridades decidam avançar com a intenção [de fixar preços de referência para o gás de botija]", estará disponível para partilhar a opinião da empresa sobre a matéria.

Questionado sobre a contribuição extraordinária sobre o setor energético, o responsável considerou que é indispensável que seja "razoável e justa", destacando que o facto de ser calculada em função do valor dos ativos das empresas pode afetar o investimento, porque "quanto mais investir maior é o imposto".

A Rubis concluiu, no passado dia 1 de julho, a aquisição, por 115 milhões de euros, do negócio de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) da BP em Portugal, encerrando assim um processo que teve início a 1 de agosto de 2013.

A venda inclui as instalações de armazenamento da BP em Faro e as instalações de armazenamento e de enchimento de Matosinhos (copropriedade), bem como a sua participação no terminal Sigas e uma participação na Companhia Logística de Combustíveis, SA.

O negócio adquirido abastece diretamente mais de 4.000 clientes industriais e comerciais que fornecem mais de 700.000 consumidores. O negócio tem vendas anuais de cerca de 150 mil toneladas de granel e garrafas de GPL.

Sobre os planos de expansão da empresa, Arnaud Havard explicou que o objetivo é reforçar a base de clientes a médio e a longo prazo, adiantando que irá avaliar eventuais oportunidades de expansão da operação.

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