Preço do petróleo em queda: uma história que pode ter chegado ao fim
Quem o diz é a Agência Internacional de Energia (IEA). A tendência de queda dos preços do petróleo do último ano e meio deverá ter os dias contados. A oferta da matéria-prima já começou a cair e as perspetivas sobre a procura não pioraram. Os preços do crude atingiram máximos de três meses no início de março.
Os preços do crude nos mercados internacionais “recuperaram de forma notável nas últimas semanas”. Entre os fatores apontados pela AIE para a recuperação estão os indícios de que os principais países produtores vão reunir-se com vista a impor limites à oferta, a desvalorização do dólar e o facto de as previsões sobre a procura não terem sido revistas em baixa.
A Agência destaca no entanto o carácter prudente das observações. Pode haver “uma luz ao fundo do túnel”, mas “isto não deve ser considerado como um sinal definitivo de que o pior chegou mesmo ao fim”.
Ainda assim, “há sinais de que os preços podem já ter atingido o valor mínimo”, o que aconteceu em janeiro, quando a matéria-prima tocou os 27 dólares por barril, o valor mais baixo dos últimos 12 anos. Atualmente, tanto o crude como o brent, que serve de referência às importações nacionais, negoceiam na casa dos 40 dólares por barril.
Expetativas na Índia
No relatório mensal sobre o petróleo publicado esta sexta-feira, a Agência mantém inalterada a previsão sobre a procura deste ano em 95,8 milhões de barris por dia, mais 1,2 milhões em relação a 2015.
A agência prevê um aumento da procura pouco significativo na China. As maiores expetativas estão centradas na Índia e noutros países asiáticos e do Médio Oriente. “As bases para o aumento global da procura existem, mas não são muito sólidas”.
No que toca à oferta, que nos últimos meses estava a ser excessiva, a AIE salienta que o tombo dos preços já começou a ter consequências. Nos países que não fazem parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a produção está em queda. Segundo as estimativas da agência, em 2016 deverão ser produzidos menos 750 mil barris por dia. O último relatório apontava para uma redução de 600 mil.

Em fevereiro a produção total caiu 180 mil barris por dia para os 96,5 milhões. A agência espera que o desequilíbrio entre a oferta e a procura, que originou a espiral de quedas dos preços dos últimos meses, permaneça elevado, com um excesso de oferta de 1,5 milhões de barris por dia no segundo trimestre.
Só na segunda metade de 2016 é que o excesso de oferta de petróleo deverá reduzir para 200 mil barris por dia.
Irão aproveita
Nos países da OPEP a produção também foi menor em fevereiro, apesar de se manter “robusta”. Se por um lado o Iraque, a Nigéria e os Emirados Árabes Unidos produziram menos, o Irão ainda cavalga na onda de recuperação pós sanções económica, e aumentou a produção “significativamente”.
A AIE destaca ainda revisão em baixa das perspetivas sobre a produção nos Estados Unidos, Brasil e Colômbia, e apesar de “não haver garantias de que esta tendência se mantenha, há sinais claros que as forças de mercado estão a fazer a sua magia”.
Caminho longo
A AIE não alimenta expetativas sobre a reunião que está marcada para o fim deste mês e que vai juntar alguns membros da OPEP e outros países produtores que não pertencem ao cartel. “Não sabemos no que poderá resultar e de qualquer forma é muito pouco provável que um acordo afete o balanço da a oferta e a procura no primeiro semestre de 2016.
A AIE conclui que pode haver uma luz no fundo do “longo e escuro túnel” dos últimos anos, mas “não podemos ter a certeza absoluta de que o mercado do petróleo em 2017 vá atingir o muito desejado equilíbrio. É claro que vamos no caminho certo, mas ainda há um longo caminho por percorrer.
A Agência destaca no entanto o carácter prudente das observações. Pode haver “uma luz ao fundo do túnel”, mas “isto não deve ser considerado como um sinal definitivo de que o pior chegou mesmo ao fim”.
Ainda assim, “há sinais de que os preços podem já ter atingido o valor mínimo”, o que aconteceu em janeiro, quando a matéria-prima tocou os 27 dólares por barril, o valor mais baixo dos últimos 12 anos. Atualmente, tanto o crude como o brent, que serve de referência às importações nacionais, negoceiam na casa dos 40 dólares por barril.
Expetativas na Índia
No relatório mensal sobre o petróleo publicado esta sexta-feira, a Agência mantém inalterada a previsão sobre a procura deste ano em 95,8 milhões de barris por dia, mais 1,2 milhões em relação a 2015.
A agência prevê um aumento da procura pouco significativo na China. As maiores expetativas estão centradas na Índia e noutros países asiáticos e do Médio Oriente. “As bases para o aumento global da procura existem, mas não são muito sólidas”.
No que toca à oferta, que nos últimos meses estava a ser excessiva, a AIE salienta que o tombo dos preços já começou a ter consequências. Nos países que não fazem parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a produção está em queda. Segundo as estimativas da agência, em 2016 deverão ser produzidos menos 750 mil barris por dia. O último relatório apontava para uma redução de 600 mil.
Em fevereiro a produção total caiu 180 mil barris por dia para os 96,5 milhões. A agência espera que o desequilíbrio entre a oferta e a procura, que originou a espiral de quedas dos preços dos últimos meses, permaneça elevado, com um excesso de oferta de 1,5 milhões de barris por dia no segundo trimestre.
Só na segunda metade de 2016 é que o excesso de oferta de petróleo deverá reduzir para 200 mil barris por dia.
Irão aproveita
Nos países da OPEP a produção também foi menor em fevereiro, apesar de se manter “robusta”. Se por um lado o Iraque, a Nigéria e os Emirados Árabes Unidos produziram menos, o Irão ainda cavalga na onda de recuperação pós sanções económica, e aumentou a produção “significativamente”.
A AIE destaca ainda revisão em baixa das perspetivas sobre a produção nos Estados Unidos, Brasil e Colômbia, e apesar de “não haver garantias de que esta tendência se mantenha, há sinais claros que as forças de mercado estão a fazer a sua magia”.
Caminho longo
A AIE não alimenta expetativas sobre a reunião que está marcada para o fim deste mês e que vai juntar alguns membros da OPEP e outros países produtores que não pertencem ao cartel. “Não sabemos no que poderá resultar e de qualquer forma é muito pouco provável que um acordo afete o balanço da a oferta e a procura no primeiro semestre de 2016.
A AIE conclui que pode haver uma luz no fundo do “longo e escuro túnel” dos últimos anos, mas “não podemos ter a certeza absoluta de que o mercado do petróleo em 2017 vá atingir o muito desejado equilíbrio. É claro que vamos no caminho certo, mas ainda há um longo caminho por percorrer.