O Presidente da Argentina, o futebolista Lionel Messi e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar figuram na lista comprometedora de personalidades divulgada hoje na sequência de uma fuga de informação envolvendo a empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.
A série de nomes - já conhecida como "Os documentos de Panamá" - inclui o rei da Arábia Saudita, o Presidente da Ucrânia, os primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
Documentos da base de dados da empresa de advogados revelam movimentos de empresas "offshore" vinculadas à família do Presidente chinês, Xi Jinping.
A documentação, hoje divulgada, refere que foram criadas milhares de empresas "offshore" e paraísos fiscais para que políticos e personalidades administrassem o seu património.
A lista engloba também mais de 500 bancos e subsidiárias, entre os quais o HSBC e o UBS, que terão impulsionado a criação de empresas em paraísos fiscais e estabelecido mais de 15 mil empresas deste tipo para os seus clientes através da Mossack Fonseca.
A empresa de advogados, especialista na gestão de capitais e patrimónios, negou à agência espanhola Efe qualquer vinculação a delitos que possam ter cometido centenas de milhares de clientes, de acordo com informações tornadas hoje públicas.
Ramón Fonseca Mora, sócio da empresa, disse que a companhia tem 40 anos de atividade legal e que criou 240 mil estruturas jurídicas, sem ter sido acusada ou condenada por qualquer crime.
Segundo a imprensa, a empresa comunicou aos seus clientes que foi alvo de um ataque informático e que os seus dados poderão ter sido afetados.
A fuga de documentação revelada hoje pôs a descoberto os bens de 140 responsáveis políticos ou personalidades em paraísos fiscais.
O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação precisa, na sua página na internet, que mais de 214 mil entidades "offshore" aparecem, em 11,5 milhões de documentos, ligadas a mais de 200 países e territórios.
Pessoas próximas do Presidente russo, Vladimir Putin, por exemplo, terão desviado mais de dois mil milhões de dólares (mais de 1.750 milhões de euros) com a ajuda de bancos e sociedades fictícias, relata a imprensa.