Eurobarómetro. Portugal, país europeísta com imagem muito positiva da União Europeia

por Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas
Portugal mantêm-se como um país verdadeiramente europeísta Joana Raposo Santos - RTP

No Eurobarómetro conhecido esta terça-feira, os portugueses são os que têm melhor imagem da União Europeia. Lideram o alinhamento dos 27 e são 75 por cento os que pensam desta forma, quando a média europeia é de 50 por cento. Dezanove por cento dos cidadãos nacionais têm uma imagem neutra da União e apenas cinco por cento têm uma ideia negativa da Europa.

Curiosamente, é nas idades entre os 15 e os 24 anos que existe uma melhor imagem da União. Noventa e três por cento dos mais jovens têm boa imagem da união europeia e apenas sete por cento têm uma imagem negativa das instituições - uma percentagem que vai ser menor à medida que a idade aumenta.

Mesmo assim, acima dos 55 anos são 67 por cento os que têm uma ideia positiva de Portugal e 26 os que pensam de forma diferente.
Prioridades para os próximos tempos
Para os europeus o Parlamento Europeu deve preocupar-se, em primeiro lugar, com a inflação, o aumento dos preços e o custo de vida
: são 43 por cento os que pensam desta forma. Só depois vem a defesa e a segurança da União Europeia e, depois, a luta contra a pobreza e a criação de novos empregos.

Um maior apoio para a saúde pública é a quinta prioridade para os cidadãos europeus quando questionados sobre as questões que os eurodeputados mais devem valorizar. Quinta na média dos 27 países porque para os portugueses esta é a prioridade das prioridades.
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São 58 por cento os portugueses que entendem que o Parlamento Europeu deve ter como principal preocupação um maior apoio à saúde pública
. Mais do dobro da média europeia. Apenas dois países têm esta como prioridade máxima: Portugal e a Letónia.A análise por idade permite perceber que a saúde pública é a prioridade para os jovens portugueses os 15 e os 24 anos e para os cidadãos com mais de 55 anos.

Os inquiridos entre os 40 e os 54 anos têm como prioridade a luta contra a inflação, o aumento dos preços e o custo de vida e só depois escolhem a saúde pública.

Os cidadãos nacionais entre os 25 e os 39 anos têm outra prioridade: o apoio à economia e a criação de novos empregos; a saúde pública aparece só em terceiro lugar.

Os suecos defendem que deve ser a ação climática. A Dinamarca, a Lituânia, a Finlândia, os Países Baixos e Alemanha consideram que deve ser a defesa e segurança. O Chipre e o Luxemburgo destacam a luta contra a pobreza e os restantes países optam pela luta contra a inflação, aumento dos preços e do custo de vida como prioridade.

Depois da saúde pública, os portugueses optam pela luta contra a inflação e o aumento dos preços como a segunda prioridade a que os eurodeputados devem prestar mais atenção e a criação de novos empregos como a terceira.

No fundo das preocupações dos cidadãos nacionais estão questões como a proteção dos consumidores, a migração e asilo, a igualdade de género e a diversidade ou a digitalização.
Os valores da União Europeia e a proteção dos cidadãos
Já no que se refere aos valores: a paz aparece como o que os cidadãos europeus querem que o Parlamento mais defenda; seguem-se os valores da democracia, proteção dos Direitos Humanos e liberdade de expressão; em último lugar estão os valores da liberdade religiosa e no direito de procurar asilo político.No que se refere ao papel que a União deve ter na proteção dos cidadãos contra crises globais e riscos de segurança, 66 por cento dizem que deve ser mais importante no futuro. Apenas dez por cento dizem que deve ser uma preocupação menor e 21 por cento dizem que deve continuar igual.


Portugal está entre os países que consideram que a União Europeia deve ter um papel mais importante nesta questão: 76 por cento dos portugueses inquiridos defendem que a União deve proteger ainda mais os cidadãos, são dez pontos percentuais acima da média europeia quando a Suécia é o país que defende uma maior intervenção.

Apenas 13 por cento dos portugueses dizem que deve ter um papel menos interventivo na proteção dos cidadãos contra crises globais e segurança.

Este Eurobarómetro perguntou ainda aos europeus qual a área em que a União Europeia se deve focar mais para poder reforçar a sua posição no mundo.

Defesa e segurança, disseram 76 por cento dos cidadãos, que apontam a competitividade, a economia e a indústria como as áreas seguintes e a independência energética, a segurança alimentar e a agricultura como as questões a que, depois, a União Europeia deve dar prioridade.

Portugal inverte as prioridades: o Eurobarómetro regista uma maioria de cidadãos nacionais a considerar que a competitividade, a economia e a indústria devem ser a principal prioridade que a União deve ter nos próximos tempos. São 41 por cento os que pensam desta forma. Só depois referem a defesa e a segurança, e a segurança alimentar e a agricultura.
A qualidade de vida dos europeus
No que se refere à qualidade de vida, 51 por cento dos europeus acreditam que não vai mudar nos próximos cinco anos, 33 por cento dizem que vai baixar e 14 admitem que pode subir.

No caso de Portugal regista-se um aumento dos que acreditam que a qualidade de vida vai baixar. Neste Eurobarómetro são 35 por cento os que assim pensam alguns pontos percentuais acima dos que assim pensavam em julho do ano passado.Tal como a média dos europeus, 14 por cento dos portugueses admitem que a qualidade de vida vai piorar e 42 por cento dizem que não devem sentir alterações.


Nos mais jovens, entre os 15 e os 24 anos há um quase equilíbrio: 25 por cento dizem que a qualidade de vida vai melhorar, 26 por cento dizem que, pelo contrário, vai decrescer.

Em todos os outros intervalos analisados há mais portugueses a dizer que a qualidade de vida vai piorar do que a admitir que pode haver uma mudança para melhor. Acima dos 55 anos os cidadãos nacionais admitem, em larga maioria, que não vão sentir quaisquer mudanças.
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A França é o país onde vivem os cidadãos mais pessimistas: 53 por cento consideram que a qualidade de vida vai diminuir nos próximos 5 anos.

Itália regista o maior número de otimistas porque só 11 por cento consideram que vai piorar.

Setenta e quatro por cento dos europeus consideram que o país beneficiou por fazer parte da União Europeia. São 91 por cento os que pensam assim em Portugal que é o quarto país onde os cidadãos mais defendem que o país tem benefícios por fazer parte dos 27 contra quatro por cento que consideram que ser um dos 27 Estados-membros em nada beneficia Portugal.

E porquê? Para 46 por cento dos cidadãos nacionais porque a União Europeia contribuiu para o crescimento económico de Portugal. É a razão mais destacada pelos portugueses que também consideram que, por fazer parte da União Europeia, Portugal tem uma voz mais forte no mundo e as pessoas têm mais oportunidades de trabalho.

Nota: este Eurobarómetro, publicado pelo Parlamento Europeu, baseia-se em 26.354 entrevistas presenciais, realizadas nos 27 estados-membros entre os dias 9 de Janeiro e 4 de fevereiro e cidadãos com mais de 15 anos de idade.
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