População desempregada aumentou 45,1% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores

por RTP
Reuters

A taxa de variação da população desempregada é a mais elevada desde 2011. O Instituto Nacional de Estatística revela esta quarta-feira que a taxa de desemprego no terceiro trimestre de 2020 foi estimada em 7,8%, valor superior em 2,2 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 1,7 p.p. ao do trimestre homólogo de 2019.

"A população desempregada, estimada em 404,1 mil pessoas, aumentou 45,1% (125,7 mil) em relação ao trimestre anterior, o que corresponde à taxa de variação trimestral mais elevada da série iniciada em 2011, e 24,9% (80,7 mil) relativamente ao 3.º trimestre de 2019", adianta o INE.

A subutilização do trabalho abrangeu 813,7 mil pessoas, tendo aumentado 8,7% (65,0 mil) em relação ao trimestre anterior e 21,9% (146,0 mil) em relação ao trimestre homólogo. A taxa de subutilização do trabalho, estimada em 14,9%, aumentou 0,9 p.p. relativamente ao trimestre precedente e 2,7 p.p. por comparação com um ano antes.

“O aumento da subutilização do trabalho foi explicado maioritariamente pelo aumento do desemprego”, refere o INE.

A população empregada, 4 799,9 mil pessoas, aumentou 1,5% (68,7 mil) por comparação com o trimestre anterior, mas diminuiu 3,0% (147,9 mil) em relação ao homólogo.

A população inativa com 15 e mais anos, estimada em 3 700,9 mil pessoas, caiu 4,8% em cadeia. Em termos homólogos, registou-se um aumento de 3%.

A redução trimestral da população inativa foi acompanhada pelo aumento da população desempregada e, em menor grau, da população empregada.

“A transição da inatividade para o desemprego refletiu o alívio das condicionantes à mobilidade e contacto social existentes no 2.º trimestre que decorreram da pandemia, permitindo uma maior facilidade na procura ativa de emprego e disponibilidade para começar a trabalhar, critérios cujo cumprimento é necessário para a classificação enquanto desempregado”, refere o documento publicado.

Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego aumentou em todas as regiões. Os dois maiores acréscimos trimestrais foram observados na Área Metropolitana de Lisboa (3,0p.p.) e no Alentejo (2,9p.p.).

Em termos homólogos, a taxa de desemprego aumentou em cinco regiões e diminuiu em duas.
Os dois maiores acréscimos verificaram-se no Algarve (3,2p.p.) e na Área Metropolitana de Lisboa (3,1p.p.), enquanto os dois únicos decréscimos se observaram na Região Autónoma dos Açores (0,6p.p.) e no Alentejo (0,8p.p.).

O INE volta a ressalvar que a informação é influenciada pela situação atual de pandemia COVID-19, seja na obtenção de informação primária ou pelas alterações comportamentais decorrentes das medidas de salvaguarda da saúde pública adotadas.

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