Maia, 06 jun (Lusa) -- A piscina olímpica da Maia, uma obra que começou a ser construída há cerca de 20 anos e considerada "um mono" na cidade, já está a ser demolida, pretendendo a autarquia criar ali uma área verde ainda no verão.
Em 2003, a Câmara da Maia desistiu de construir aquela piscina, tal como estava programado pela autarquia desde a década de 1990, pelas mãos do então presidente Vieira de Carvalho.
Agora, as máquinas de demolições estão a arrasar o esqueleto de betão, prevendo-se que no final de julho o terreno esteja todo limpo.
Entre martelos pneumáticos, esmagadoras, britadeiras e giratórias, as máquinas vão deitar abaixo cerca de 50 toneladas de betão.
Adriano Nunes, responsável pela empreitada, afirmou hoje à Lusa que as estimativas apontam para a demolição de cerca de 20 mil metros cúbicos de betão.
"Serão muitas toneladas de resíduos de construção e demolição", disse, estimando abandonar o terreno, de cerca de 45 mil metros quadrados, no final de julho.
Esta empreitada é acompanhada por um "supressor de poeiras", uma máquina que lança água para o local que está a ser demolido, evitando que haja poeira no ar.
No braço de uma das máquinas que está a deitar abaixo o "mono" existe uma espécie de tesoura, que visualmente parece uma grande boca de dinossauro que vai trincando ferozmente aquele betão.
A pressão dessa mordedura, explicou Adriano Nunes, "pode atingir as 40 toneladas".
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Bragança Fernandes, congratulou-se com o avanço da demolição, afirmando que a ideia é "limpar aquele `mausoléu`, aquele `cancro`, e tornar o espaço uma área mais apetecível" ao investimento.
Bragança Fernandes adiantou que se mantém o projeto de construir naquele local, entre outros equipamentos, uma galeria comercial, restaurantes e um hotel, mas enquanto não aparecem investidores, a Câmara vai desde já criar ali um novo espaço verde e três courts de ténis, que "complementarão o complexo de ténis existente ali ao lado, que se encontra sobrelotado".
Aquele espaço pertence ao GEF -- Gestão de Fundos Imobiliários, que o adquiriu através de um concurso público lançado pela autarquia em 2009.
Para Bragança Fernandes, tendo o Estado desistido do projeto há mais de uma década e não tendo a autarquia interesse em concluir uma obra daquelas, que já então estava orçada em 30 milhões de euros, a demolição é o mais adequado para "acabar com um espaço que era já um aantro de droga".
"Se a câmara tivesse avançado com o projeto, Portugal teria ali mais um `elefante branco`", concluiu.