A economia da Zona Euro vai crescer 0,8% este ano e 1,3% no próximo, projeta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no relatório divulgado hoje.
A estimativa para este ano foi revista em alta, face aos 0,7% projetados no relatório interino de setembro, mas a do próximo mantém-se inalterada.
"Prevê-se que o crescimento na área do euro aumente de 0,8% este ano para 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026, com a capacidade não utilizada eventualmente sendo eliminada até o final de 2026", lê-se nas perspetivas económicas.
A OCDE considera que os juros mais baixos e os gastos contínuos dos fundos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência vão apoiar o investimento, enquanto o crescimento do consumo privado vai beneficiar de mercados de trabalho restritivos e de maior desinflação.
"As medidas no sentido de uma orientação orçamental mais restritiva irão, no entanto, atenuar o crescimento em alguns Estados-membros", alerta a organização.
Dentro da Zona Euro, destaca-se a Alemanha, cuja economia deverá estagnar em 2024 e crescer 0,7% em 2025 e 1,2% em 2026.
A inflação na Zona Euro, medida pelo índice harmonizado de preços, deverá abrandar para 2,4% em 2024, 2,1% em 2025 e 2,0% em 2026, segundo as projeções da organização.
A política orçamental "será mais rigorosa em 2025 e 2026, à medida que as medidas de apoio à energia e à inflação forem retiradas e os países adotam medidas de consolidação ao abrigo das novas regras orçamentais", aponta a OCDE.
É de salientar que, apesar destes apelos da OCDE, feitos também pela Comissão Europeia, de retirada dos apoios à energia, o Governo português já sinalizou que não tem intenção de mexer nos benefícios no ISP.
A OCDE deixa ainda recomendações para que sejam feitas reformas estruturais para promover o investimento e responder à escassez de mão-de-obra, o que levaria a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) potencial.
Neste ponto, a organização destaca até que Grécia, Portugal e Espanha estão "entre os poucos países da OCDE com revisões positivas no crescimento potencial per capita (e ainda maiores desde o período pós-crise financeira global)", o que "sugere que as reformas estruturais acumulam benefícios ao longo do tempo, uma vez que estes países estão entre aqueles que mais reformaram nas últimas duas décadas".