Pequim ameaça países que "cederem" a Trump "às custas de interesses da China"
Numa altura em que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China continua a subir de tom, o braço de ferro entre as duas maiores economias do mundo ameaça estender-se a outras nações.
Em causa estão informações a dar conta que Washington quer pressionar vários países a diminuírem o comércio com a China, garantindo em troca isenções de tarifas norte-americanas.
Estas declarações são um eco do editorial que o jornal estatal China Daily publicou na semana passada. Então, o alerta seguiu diretamente para Bruxelas contra tentativas de “apaziguar” a administração Trump.
Desde que regressou à Casa Branca, Donald Trump impôs tarifas pesadas às importações chinesas, tendo também aplicado o aumento de taxas sobre produtos de outros países.
No entanto, Washington tem aberto negociações com vários parceiros comerciais sobre as tarifas. Por exemplo, o Japão enviou uma delegação aos Estados Unidos para negociar as taxas, na semana passada.
O mesmo deve acontecer esta semana com uma delegação da Coreia do Sul.
De acordo com uma empresa japonesa de plataformas de comércio online, "o Japão não quer ter que escolher entre os Estados Unidos e a República Popular da China".
Isto porque "cerca de 20 por cento dos lucros do Japão vem dos Estados Unidos, e cerca de 15 por cento da República Popular da China", afirma a Monex Group, citada pela BBC.
Quanto ao Reino Unido, JD Vance revelou que há uma "boa hipótese" de ser alcançado um acordo comercial. "Estamos a trabalhar afincadamente com o governo de Keir Starmer", afirmou o vice-presidente dos EUA em entrevista ao site UnHerd.
Trump impôs impostos de até 145 por cento sobre as importações da China. No entanto avisou que, quando as novas tarifas forem adicionadas às que já existem, as taxas sobre alguns produtos chineses podem chegar a 245 por cento.