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Pedro Siza Vieira. Governo reage tarde às tarifas, anda "distraído" com eleições

por Antena 1

Tiago Petinga - Lusa

No entendimento do antigo ministro da Economia, o Governo está "pouco atento" por causa das eleições legislativas antecipadas e não está a dar a devida atenção às ameaças à economia portuguesa.

No dia em que o Executivo começa a receber associações empresariais, Pedro Siza Vieira considera que o Governo já vai tarde, e que deveria ter reagido mais cedo.

"Não percebo como é que esta reunião só tem lugar hoje", afirma na Antena 1, considerando que "tem de ir para além dos setores exportadores".

Ouvido no Ponto Central desta manhã, o antigo governante diz que a atual guerra comercial "vai deixar marcas na economia mundial" e que "a economia portuguesa tem de estar preparada".

O ex-ministro da Economia acredita que a economia mundial pode estar à beira da recessão. Um dos cenários mais provavéis é que a inflação suba nos Estados Unidos, o que vai provocar um aumento das taxas de juro a nível mundial.

Pedro Siza Vieira confessa-se espantado com o facto de este assunto estar a ser esquecido, durante este período de pré-campanha eleitoral.

"Acho que o Governo anda muito pouco atento, está distraído com uma campanha eleitoral que provocou", e Siza Vieira afirma que isso impede o Executivo "de olhar com clareza para os desafios que o país e a Europa enfrentam".
Na última quinta-feira, o Ministério da Economia anunciou que ia reunir com 16 associações empresariais de diversos setores para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação" perante as tarifas impostas pela administração norte-americana.

Na manhã desse mesmo dia, em declarações à Antena 1, o ministro Pedro Reis já tinha dito que o Governo tem estado "nas últimas semanas em contacto com os vários setores e a identificar os possíveis impactos" desta crise, embora "discretamente".

Embora a União Europeia tenha nesta altura uma postura de "abertura e posicionamento de negociação", o ministro da Economia considerava que o bloco comunitário teria de agir perante as tarifas de 20% impostas à União Europeia.

"Se as negociações falharem, assim terá que ser", afirmou à rádio pública.


Está previsto que as tarifas dos Estados Unidos à União Europeia avancem amanhã.

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