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Passos considera "elevadíssimo" preço da emissão e acusa Costa de "passar a culpa"

por Lusa

Lisboa, 23 mar (Lusa) - O líder do PSD considerou que o país vai pagar "um preço elevadíssimo" pela emissão obrigacionista de hoje da Caixa Geral de Depósitos (CGD), e acusou o primeiro-ministro de querer "passar a culpa" para o anterior Governo.

Numa conferência sobre Cultura e Património, organizada pelo grupo parlamentar do PSD, Pedro Passos Coelho aproveitou para se referir à emigração obrigacionista de hoje do banco público.

"O que é intolerável é que o primeiro-ministro entenda dizer que este preço que vamos pagar, que é elevadíssimo, resulta, imaginem, do governo anterior ter iludido os problemas da banca", criticou Passos Coelho.

O líder do PSD acusou António Costa de querer "passar a culpa" para o executivo PSD/CDS que chefiou e concretizou: "É dele a decisão de fazer uma emissão obrigacionista perpétua em que vai pagar quase 11% de juros para que isto não tenha impacto no défice e para que o Governo possa dizer que a operação foi um sucesso, mas a culpa tem de ser minha, não é dele, que tomou a decisão".

Passos Coelho salientou que não coloca em causa a importância da recapitalização da CGD nem que esta operação deva ser feita sem ter impacto no défice, mas considerou que a emissão de hoje não pode ser considerada um sucesso, tendo em conta que o Estado e os contribuintes nunca verão a Caixa devolver 11% em lucros.

"Mas os fundos que financiaram a emissão e obrigações feita hoje vão receber sempre quase 11% de juros sobre o dinheiro que vão emprestar", alertou, dizendo que "fazer sucessos à custa do dinheiro dos outros é fácil".

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela agência Bloomberg.

Em comunicado ao mercado, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) dá conta que o lançamento da emissão ocorreu hoje, pelas 9:00, tinha um intervalo inicial de preço anunciado, entre os 11 e os 11,5%, e que tinha "em consideração os referenciais recebidos nos contactos com os investidores.

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