"Passo importante". Von der Leyen felicita travão de Trump e insiste em acordo de tarifas zero
A presidente da Comissão Europeia felicitou esta quinta-feira o anúncio do presidente dos Estados Unidos sobre a suspensão das tarifas a dezenas de países durante 90 dias, considerando-a "um passo importante". Ursula von der Leyen insistiu num acordo de tarifas zero entre os EUA e a UE e garantiu que os europeus sairão mais fortes desta crise.
“As tarifas são impostos que só prejudicam as empresas e os consumidores. É por isso que tenho defendido consistentemente um acordo de tarifas zero entre a União Europeia e os Estados Unidos”, prosseguiu.A presidente da Comissão Europeia vincou que a UE continua empenhada em levar a cabo negociações construtivas com os Estados Unidos “com o objetivo de alcançar um comércio sem atritos e mutuamente benéfico”.
“Simultaneamente, a Europa continua a centrar-se na diversificação das suas parcerias comerciais, estabelecendo relações com países que representam 87 por cento do comércio mundial e que partilham o nosso empenho numa troca livre e aberta de bens, serviços e ideias”, acrescentou.
Ursula von der Leyen disse ainda que Bruxelas está a intensificar os esforços para eliminar as barreiras no mercado único europeu. “Esta crise tornou uma coisa clara: em tempos de incerteza, o mercado único é a nossa âncora de estabilidade e resiliência”, frisou a responsável.
“A minha equipa e eu continuaremos a trabalhar dia e noite para proteger os consumidores, os trabalhadores e as empresas europeias. Juntos, os europeus sairão mais fortes desta crise”, assegurou.
Num outro comunicado divulgado esta manhã, a Comissão Europeia disse que iria agora "tomar o tempo necessário para avaliar este último desenvolvimento, em estreita consulta com os Estados-Membros e com a indústria, antes de decidir quais os próximos passos a dar".China diz estar aberta ao diálogo
Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas “recíprocas” aos produtos de dezenas de países, nomeadamente aos da União Europeia.
Fora dessa suspensão ficou a China, que sofreu inclusivamente um aumento das tarifas para 125 por cento.
"Autorizei uma PAUSA de 90 dias e [a aplicação de] uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de dez por cento, também com efeito imediato", escreveu Donald Trump nas redes sociais.
Esta manhã, o Governo da China disse não estar interessado numa luta com os Estados Unidos, mas garantiu que não terá medo se Donald Trump continuar a ameaçar com tarifas.
"A causa dos EUA não tem o apoio das pessoas e vai acabar em fracasso", defendeu um porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, assegurando que Pequim não vai ficar de braços cruzados e deixar que os direitos e interesses legítimos do povo chinês sejam retirados.
O Ministério do Comércio da China afirmou, por sua vez, que o país está aberto ao diálogo com os EUA, mas que este deve ser baseado no respeito mútuo e na igualdade.
O porta-voz He Yongqian vincou em conferência de imprensa esta quinta-feira que a pressão, as ameaças e a chantagem não são a maneira correta de lidar com Pequim, garantindo ainda que a China irá "seguir até ao fim" caso Washington insista na sua maneira de atuar.