Foi aprovado, em assembleia-geral de acionistas, o novo conselho de administração da TAP, encabeçado por Manuel Beja, que rendeu Miguel Frasquilho na presidência da transportadora aérea de bandeira. O Governo afirma que este é "um passo decisivo" para a recuperação da empresa.
Passam também a fazer parte da administração da companhia aérea Christine Ourmieres-Widener, Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Monteiro Pires e João Pedro da Conceição Duarte.Manuel Beja, licenciado em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão e com experiência na área de tecnologias de informação, substitui Miguel Frasquilho como presidente do conselho de administração da TAP.
Para a mesa da assembleia-geral foram eleitos António Macedo Vitorino, como presidente, e David Fernandes de Oliveira Festas, como vice-presidente.
Para a Comissão de Vencimentos foram aprovados Pedro Miguel Nascimento Ventura, Tiago Aires Mateus e Luís Manuel Delicado Cabaço Martins.
Na presidência do Conselho Fiscal fica Baker Tilly, PG & Associados, SROC, S.A. e, para vogais do mesmo órgão, foram eleitos Sérgio Sambade Nunes Rodrigues, Maria de Fátima Damásio Geada e José Manuel Fusco Gato, como suplente.
A TAP comunicou ainda à CMVM a aprovação dos relatórios de gestão e das contas individuais e consolidadas até final de 2020, bem como a aplicação de "resultados, designadamente a transferência do resultado líquido negativo" de 1.300.872.075 euros para resultados transitados.
A assembleia-geral aprovou também o "reconhecimento da perda de metade do capital social da TAP e das medidas disponíveis", designadamente a dissolução, redução do capital social ou realização de entradas para reforçar a cobertura de capital - foi adotada uma proposta para que "os acionistas apenas apreciem estas medidas no contexto do plano de reestruturação que está atualmente sob apreciação da Comissão Europeia". Os acionistas aprovaram igualmente a alteração dos estatutos; em concreto, a criação de uma Comissão de Vencimentos e de uma Comissão de Monitorização dos Auxílios do Estado, a somar ao alargamento, de três para quatro anos, dos mandatos dos órgãos e corpos sociais.
"Passo decisivo"
Em nota divulgada já esta sexta-feira, o gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, escreve que, "com a realização da assembleia-geral da TAP SGPS, a companhia aérea deu mais um passo decisivo no caminho que todos esperamos que seja o da sua recuperação". "A TAP entrará, com a decisão sobre o plano de restruturação por parte da Comissão Europeia, numa nova fase da sua vida e o Governo conta com todos para garantir que a próxima página desta história da nossa companhia aérea seja plena de sucesso".
"Com a eleição dos novos órgãos sociais, a TAP será liderada por uma equipa de gestão com reconhecido currículo no setor, a quem o Ministério das Infraestruturas e da Habitação deseja os maiores sucessos no caminho exigente que tem pela frente. O seu sucesso será o sucesso da TAP e também o sucesso da economia nacional", acrescenta a tutela.
"Este é também o momento em que devemos reconhecer publicamente a dedicação e o trabalho de enorme qualidade levado a cabo pela Administração cessante, em particular por Ramiro Sequeira, que, como presidente interino da Comissão Executiva, liderou os destinos da empresa num período muito duro, liderando a construção do plano de reestruturação da empresa e a assinatura dos acordos de emergência com todos os sindicatos da TAP e da Portugália", prossegue o comunicado.
O Ministério assinala que "Ramiro Sequeira irá continuar na gestão executiva da TAP, como Chief Operations Officer, tal como Alexandra Reis, que mantém o cargo de Chief Corporate Officer". E "deixa uma palavra de sincero agradecimento aos membros não-executivos que agora deixam a empresa, em especial ao presidente do Conselho de Administração cessante, Miguel Frasquilho, que serviu sempre a TAP e o país de forma leal, incansável e dedicada".
c/ Lusa