Arrancou esta quarta-feira o debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
Arrancou esta quarta-feira o debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
Foto: Pedro A. Pina - RTP
Foto: Pedro A. Pina - RTP
Luís Montenegro diz que "há vida para além do excedente orçamental" e avisa a oposição para não desvirtuar o Orçamento nos trabalhos de especialidade.
Em resposta ao líder parlamentar do CDS-PP, que pediu uma descida dos impostos, o primeiro-ministro disse que baixar a carga fiscal é um objetivo e um compromisso do Governo. Montenegro considerou que o país atingiu uma carga fiscal "insustentável" e confirmou quer estimular empresas através da competitividade fiscal.
O líder parlamentar do CDS-PP considerou que não é normal que as oposições do extremos do hemiciclo se unam no voto contra o Orçamento do Estado para 2025, proposto pelo Governo. "Estes partidos são cada vez mais parte do problema e não parte da solução", disse Paulo Núncio.
O primeiro-ministro indicou ao líder do Chega que as forças de segurança estavam representadas na dita reunião que Ventura dizia ignorado os polícias. "O Governo está em contacto permanente com as forças de segurança e, portanto, é incorreta a afirmação (...) O diretor nacional da PSP e o comandante-geral da GNR estiveram na mesma reunião com as pessoas que vivem nos bairros. O senhor deputado não sabe mas eu digo: estamos em reunião permanente com as forças de segurança".
André Ventura recuperou o tema da violência na região de Lisboa que se seguiu à morte de um cidadão às mãos de um polícia. O líder do Chega lamentou que as forças de segurança estejam %u2013 considerou %u2013 a ser %u201Dachincalhados%u201D de uma forma geral e que o Governo erra quando as %u201Cpolícias e forças de segurança (...) estão do lado certo da história%u201D. Perante a sua intervenção, que dirigiu às galerias onde se encontram membros das forças de segurança, alguns dos presentes aplaudiram o Chega.
Em resposta a Mariana Mortágua, que criticou na sua intervenção os benefícios fiscais dados pelo Governo aos jovens mais ricos através da aplicação das novas regras do IRS Jovem, Montenegro contra-atacou afirmando que quem beneficiou os jovens mais ricos, nomeadamente os jogadores de futebol apontados como exemplo pela líder do BE, foi o "Programa Regressar", do anterior Governo socialista, com o apoio do Bloco de Esquerda.
Foto: Nuno Patrício - RTP
Hugo Soares, o líder parlamentar do PSD, diz que está tranquilo quanto à fase da discussão do Orçamento na especialidade. Alexandra Leitão diz que não vai fazer nada para desvirtuar os grandes números.
O PAN criticou hoje o Governo pelo que diz ser a ausência de apoio financeiro à proteção animal na proposta orçamental para 2025, lançando uma campanha onde exorta o primeiro-ministro a "pagar o que deve aos animais".
O Pessoas-Animais-Natureza instalou esta terça-feira, dia de arranque do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025, um `outdoor` junto à Assembleia da República, em Lisboa, com a mensagem "Montenegro paga o que deves aos animais".
Segundo o PAN, falhou a execução de verbas previstas no Orçamento de Estado para este ano, e faltam estes apoios na nova proposta orçamental que vai hoje a debate em plenário.
Em comunicado, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real sublinha que a sobrevivência das instituições que protegem os direitos dos animais "está a ser posta em causa, porque este Executivo, liderado por Luís Montenegro, além de não pagar o que deve, executando a verba, não prevê qualquer apoio financeiro para a causa animal no OE 2025".
"O Governo tem uma dívida de 13 milhões de euros para com a causa animal, uma vez que continua por executar a verba prevista no OE para 2024 destinada a apoiar financeiramente as instituições e associações que, dia após dias, defende os direitos dos animais", afirma Sousa Real.
Além de querer ver o Governo "assumir o compromisso de saldar as suas dívidas", o PAN quer ainda que seja desenvolvida pelo executivo uma estratégia nacional de proteção dos direitos dos animais, através do reforço das políticas de bem-estar animal.
A alegada falta de verbas para a proteção animal - apontada pelo PAN como uma das principais justificações do partido ao voto contra a proposta orçamental para 2025 - já foi rejeitada pelo ministro da Agricultura que garantiu que a dotação orçamental para o bem estar animal será reforçada no Orçamento do Estado de 2025, com um montante estimado em quase 500.000 euros.
De acordo com o ministro, há verbas previstas na dotação global do Ministério da Agricultura, mas também no Ministério das Finanças, embora não constem no articulado da proposta de lei apresentada na semana passada, à semelhança de outros investimentos.
A economia portuguesa cresceu 1,9% no terceiro trimestre deste ano, em termos homólogos, e 0,2% face ao trimestre anterior, segundo a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de crescimento homóloga foi 0,3 pontos percentuais superior à registada no segundo trimestre deste ano, explicando o INE que "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB [Produto Interno Bruto] aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento".
Por outro lado, o "contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, registando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços".
Foto: Pedro A. Pina - RTP
A Assembleia da República começa esta quarta-feira a debater a proposta do Orçamento do Estado para 2025, a primeira do Governo da Aliança Democrática.
Uma larga maioria de três em cada quatro portugueses (76%) quer ver o Orçamento para 2025 aprovado pela Assembleia da República, contra apenas 13% que optariam pela rejeição, segundo o estudo do Centro de Sondagens da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público. Em caso de chumbo, a sondagem aponta a responsabilidade ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, apesar de considerar simultaneamente que é Montenegro quem mais está a trabalhar para a viabilização do documento. Clara é também a rejeição dos portugueses de novas eleições em caso de chumbo.
Foto: Fernando Veludo - Lusa
O presidente da República elogiou o bom senso na viabilização do Orçamento do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa não acredita que haja um volte-face na discussão no Parlamento.
O Conselho das Finanças Públicas avalia como "plausíveis" as previsões inscritas pelo Governo de Luís Montenegro na proposta de Orçamento do Estado para 2025. Ainda assim, antevê que, este ano, o excedente ascenda a 0,6 por cento do PIB. Ou seja, acima do que espera o Executivo.
Na análise da proposta de Orçamento do Estado para 2025, conhecida esta terça-feira, o Conselho das Finanças Públicas escreve que a "incorporação da nova informação na projeção conduz a uma revisão do saldo para 0,6 por cento do PIB e do rácio da dívida para 92,3 por cento do PIB em 2024" - acima, em 0,2 pontos percentuais, da estimativa do Ministério das Finanças.
"O excedente mais elevado antecipado pelo CFP para 2024 é explicado por um menor valor nominal projetado para a despesa pública (sobretudo despesa corrente primária e de investimento) e um maior crescimento nominal projetado para a receita de impostos indiretos e contribuições, sendo a comparação em percentagem do PIB afetada por uma estimativa para o deflator do PIB mais elevada do que a considerada pelo Ministério das Finanças", acrescenta a entidade.A previsão do excedente para 2025 é de 0,4 por cento do PIB, um ponto percentual acima do cenário do Governo, ao passo que o rácio da dívida deverá ser de 88,6 por cento do PIB, quando o Executivo espera 93,3.
O Conselho sustenta que, "com base na informação disponível e na projeção do CFP agora apresentada, as previsões da POE/2025 para o saldo e dívida pública em rácio do PIB revelam-se plausíveis".
Receita e despesa
Relativamente à receita pública, o organismo presidido por Nazaré da Costa Cabral adverte que "a previsão do Ministério das Finanças para o IRS tem implícita uma elasticidade praticamente nula face às remunerações". Contudo, verifica-se "a possibilidade de este agregado ficar acima da previsão inscrita na POE/2025, bastando, para tal, que o IRS apresente um desempenho em linha com o previsto para as remunerações no próximo ano".
No capítulo da despesa, o Conselho sublinha o facto de o pagamento de 399 milhões de euros relativo ao suplemento extraordinário de pensões ocorrido em 2024 não se repetir no próximo ano, pelo que se admite "que o valor previsto das prestações sociais que não em espécie possa estar sobreavaliado".
As medidas inscritas na proposta de Orçamento, que começa a ser debatida na generalidade na quarta-feira, "darão um contributo praticamente nulo para o crescimento da receita fiscal e contributiva em 2025".
As medidas de aumento de receita previstas para os impostos indiretos, na ordem dos 530 milhões de euros, e para as contribuições sociais, de 470 milhões, "compensam o efeito de redução resultante da adoção de medidas nos impostos sobre o rendimento (-1.003 milhões de euros)".
c/ Lusa
Foto: André Kosters - Lusa
A oposição não socialista considera a proposta de Orçamento do Estado para 2025 muito parecida com os orçamentos do PS. A diferença é a descida de um ponto do IRC, que consideram pequena e que é criticada pelos partidos da área socialista.
Cuidado com os desequilíbrio, o ministro das Finanças diz que há um um excedente de 850 milhões de euros previsto no Orçamento do Estado para o próximo ano.