Orçamento do Estado. Primeiro-ministro e líder do PS reúnem-se na sexta-feira

por RTP
Foto: José Sena Goulão - Lusa

Depois de uma troca de comunicados em que o Governo acusava os socialistas de "indisponibilidade recorrente" para discutir o Orçamento do Estado e depois de o PS contestar essa versão, surge a informação de que foi marcada uma reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.

O encontro está agendado para a próxima sexta-feira, 27 de setembro, às 15h00.

A informação surge praticamente uma hora depois de conhecidos esta troca de argumentos entre Executivo e socialistas sobre um encontro para debater o Orçamento do Estado para o próximo ano.

O Governo acusava Pedro Nuno Santos de estar indisponível para negociar o Orçamento do Estado.
Em comunicado, o Executivo assegura que está desde 4 de setembro a tentar marcar uma reunião com o líder do PS, e que esta é sempre adiada “devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do Partido Socialista”.

O gabinete do primeiro-ministro afirma que a reunião chegou a estar agendada para o passado dia 18 deste mês e que Luís Montenegro manteve a disponibilidade para o encontro, apesar de ter cancelado toda a sua agenda na semana dos incêndios. “No entanto, o secretário-geral do Partido Socialista desmarcou essa reunião”, lê-se no comunicado.

“O secretário-geral do Partido Socialista transmitiu apenas ter disponibilidade a partir do dia 27, 23 dias depois do pedido de reunião da iniciativa do primeiro-ministro”, acrescenta.
PS desmente acusações e fala em “provocação”
Os socialistas já vieram desmentir as acusações. Garantem que a reunião marcada para a semana passada foi cancelada pelo Governo, “depois do PS ter exigido que da mesma fosse dado conhecimento público prévio”.

Em comunicado, o PS lamenta o “comunicado incompreensível e inaceitável” do Governo, que considera ser uma “provocação”.

Na ótica dos socialistas, "o único objetivo deste tipo de comunicação só pode ser o de desviar a atenção dos outros temas que estão a marcar a atualidade - como os incêndios que assolaram o país na semana passada -, e de criar indesejável instabilidade política".

"O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver. Era nisso que um Governo adulto e responsável deveria estar concentrado neste momento", criticam.

Os socialistas explicam que "o Governo sugeriu a realização de reuniões em dois momentos entre o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, reuniões que não tiveram lugar".

"Da primeira vez, a reunião não aconteceu porque não haviam sido enviados a tempo os dados sobre as contas públicas exigidos pelo Secretário-Geral do PS para se iniciar o processo negocial. Da segunda vez, na passada quarta-feira, o Governo recuou na marcação da reunião quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio", escrevem.

Na passada sexta-feira, de acordo com o PS, "os dois gabinetes tentaram encontrar uma data para a reunião, condicionada pela ida do secretário-geral do PS aos territórios afetados pelos incêndios no dia 23 e 24 de setembro e pela viagem do primeiro-ministro".

"O PS propôs a data de 27 de setembro na passada sexta-feira, tendo o Governo já esta noite aceitado a data e proposto o horário das 15:00, que o PS aceitou", lê-se no texto.

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