A Procuradoria-Geral Distrital (PGD) de Coimbra divulgou esta quarta-feira que quatro pessoas, entre ex-autarcas, funcionários de autarquias e de uma empresa de transportes, foram constituídas arguidas no âmbito da operação Rota Final. A estes juntou-se um quinto arguido, segundo apurou a RTP.
A PJ fez buscas em 18 câmaras municipais do Norte e Centro do país, num processo em que a operadora de transportes públicos Transdev também é visada.
"Em causa estão indícios de tráfico de influência, participação económica e corrupção, entre outros crimes. O inquérito encontra-se em segredo de justiça e as investigações prosseguem na Polícia Judiciária", lê-se na nota da PGD.
A operação "Rota Final" surge no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e Coimbra e investigado pela Diretoria do Norte da PJ, tendo-se realizado "buscas e outras diligências de prova em vários locais do território nacional", esclarece a publicação.
As 18 câmaras municipais alvo de buscas foram as de Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
De acordo com dados oficiais disponíveis no portal base.gov, desde o início de 2018, a Transdev acumulou mais de dois milhões de euros em 38 contratos por ajuste direto com municípios do Norte e Centro.
No último ano, de acordo com o base.gov, o município da Guarda realizou contratos por ajuste direto com a Transdev de quase meio milhão de euros e Lamego de quase 100 mil euros.
Além do transporte escolar e de em alguns municípios assegurar os transportes públicos urbanos, a Transdev, que tem cerca de 1.900 colaboradores, detém 11 empresas e participações na Internorte, Intercentro, Rede Nacional de Expressos, Renex e Rodoviária do Tejo, segundo informação disponível no seu 'site'.
De acordo com fonte policial, no âmbito das buscas, até ao final da manhã não existia "nenhum detido".