Operação negócio do lítio. António Costa alvo de investigação autónoma do Ministério Público

por RTP
Tiago Passos - RTP

As últimas informações divulgadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dão conta de que António Costa é alvo de uma investigação autónoma do MP, num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça relacionado com uma operação sobre negócios do lítio e hidrogénio verde. O Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente foram constituídos arguidos. O primeiro-ministro que tinha estado no Palácio de Belém, regressou ao fim da manhã. A RTP confirmou que Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, o presidente da Câmara de Sines e mais dois empresários foram detidos.

(em atualização)

Os últimos desenvolvimentos das notícias desta manhã dão conta de que o primeiro-ministro António Costa é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público no inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, segundo acaba de revelar a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente", lê-se na nota divulgada pela PGR.

A nota acrescenta aina que: "O Ministério Público procedeu ainda à constituição como arguidos de outros suspeitos da prática de factos investigados nos autos, designadamente do Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente", indica uma nota da PGR, citando assim João Galamba e Nuno Lacasta nesta investigação.

É uma informação que surge na sequência da operação sobre negócios do lítio e do hidrogénio verde. A residência oficial do primeiro-ministro em São Bento está entre os locais alvo de buscas levadas a cabo esta manhã pelo DCIAP de Lisboa, que estará também a cumprir vários mandados de detenção.

"Confirmamos que há buscas no gabinete do chefe de gabinete [Vítor Escária]. Não comentamos a ação da justiça", disse à agência Lusa fonte da assessoria.O primeiro-ministro que tinha estado no Palácio de Belém, regressou ao fim da manhã.

As buscas na residência oficial do primeiro-ministro começaram cedo. O gabinete de Vítor Escária, que é chefe de gabinete do primeiro-ministro desde 2020 e que está entre os detidos, está também situado no Palácio de São Bento, como conta a jornalista da RTP, Mariana Flôr.

O empresário Diogo Lacerda Machado, é conselheiro e amigo pessoal de António Costa.

As buscas decorrem também no Ministério do Ambiente e no das Infraestruturas. O envolvimento de João Galamba no processo que começou em 2019 e está relacionado com os negócios de lítio e hidrogénio feitos em Sines e em Montalegre e a possibilidade de ter existido, ou não, trafico de influências, como explica a Helena Conceição Santos.


As buscas, dirigidas pelo DCIAP de Lisboa, estão a ser realizadas em vários Ministérios e residências, no âmbito dos negócios do lítio e há vários mandados de detenção.
Fonte da PSP referiu à Lusa que foram mobilizados cerca de 140 polícias para a operação.

O jornal Público adianta também que vão ser constituídos arguidos os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e das Infraestruturas, João Galamba, tal como o antigo ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes.
Câmara Municipal de Sines alvo de diligências policiais
A Câmara Municipal de Sines, Setúbal, está também a ser alvo de diligências por parte de autoridades policiais, que se encontram no interior do edifício, enquanto os funcionários estão no exterior, disse fonte do município.

"Estão a decorrer diligências pelas autoridades no interior do edifício da câmara e todos os funcionários encontram-se no exterior", referiu.

Segundo a mesma fonte contactada pela agência Lusa, no local "aguarda-se a chegada do Ministério Público" para participar nessas mesmas diligências.

A agência Lusa contactou o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas (PS), mas o telemóvel do autarca encontrava-se desligado.


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