O oleoduto que une a Birmânia ao sudoeste da China, proporcionando uma rota alternativa mais rápida para a chegada de petróleo ao gigante asiático, começou a funcionar na quarta-feira, informa hoje a imprensa oficial chinesa.
A infraestrutura, com um orçamento superior a 2.450 milhões de dólares (2.173 milhões de euros), operada pela Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC), tem capacidade para transportar anualmente 22 milhões de toneladas.
A conduta, que entra em funcionamento um ano e meio depois da inauguração do gasoduto, figura também como um complemento ao porto de descargas da ilha de Maday, na cidade birmanesa de Kyaukpyu, na costa oeste do país.
Esta sexta-feira chegará ao porto de Kyaukpyu o primeiro navio petroleiro carregado com 300 mil toneladas de crude, sendo que o novo oleoduto foi projetado para fazer chegar à China, mais do que o petróleo birmanês, o de países terceiros e, em particular, os do Golfo Pérsico.
O oleoduto, que atravessa 771 quilómetros em território birmanês e outros 1.631 na China, permitirá que parte do petróleo que a segunda maior economia mundial compra aos países do Golfo chegue a solo chinês evitando o Estreito de Malaca.
Atualmente, o Estreito de Malaca concentra 80% do tráfego das importações chinesas de hidrocarbonetos.
Especialistas consideram que a nova rota permitirá diminuir em cerca de 30% o tempo de chegada à China do crude proveniente do Médio Oriente.
Além disso, a CNPC está a construir uma refinaria na província de Yunan, no sudoeste do país, na fronteira com a Birmânia, com capacidade para processar dez milhões de toneladas de crude anualmente, segundo o jornal China Daily.
Espera-se que cerca de metade do petróleo transportado pelo oleoduto passe por essa refinaria.
"O nível de segurança dos oleodutos é muito maior do que o dos carregamentos efetuados pela via marítima, o que assegura um estável abastecimento de energia à China", disse a diretora de estratégia da consultora ICIS-C1 Energy, Li Li, ao mesmo diário.