A participar na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, Luís Montenegro tomou conhecimento da decisão de Pedro Nuno Santos sobre a proposta de abstenção do Partido Socialista ao Orçamento do Estado só no fim do encontro europeu. O primeiro-ministro saudou "democraticamente" o anúncio do líder do PS, destacando o "sentido de responsabilidade" do principal partido da oposição.
De acordo com Montenegro, o executivo fez “um esforço muito significativo de aproximação àquelas que eram as preocupações essenciais” do PS, admitindo que o Governo não “tem maioria na Assembleia da República”. Questionado se, como mencionou o líder da oposição, o Governo está dependente do PS, Montenegro considerou que o executivo “está dependente da sua performance” e da “capacidade de executar o seu programa”.
“Felizmente, estou muito satisfeito com a capacidade que o Governo e os seus membros têm demonstrado de poder executar todos quantos são os compromissos, que provém do programa da AD ou do Governo”, continuou.
“Aquilo de que o Governo está sempre dependente é de continuar a governar e de continuar a governar bem. É isso que nós vamos fazer”.
Montenegro assegurou ainda que o executivo está “empenhado neste orçamento”.
Já quando à ideia de um bloco central, o primeiro-ministro disse que, à semelhança de Pedro Nuno Santos, também é “contra” e que nunca pensou “numa solução desse tipo”.
“Vejo com esperança a decisão do PS, de respeito pela vontade do povo e de não contribuir para acrescentar incertezas”, adiantou ainda o chefe do Governo.
O líder do PS anunciou esta quinta-feira que vai propor à Comissão Política a abstenção do partido na votação do Orçamento do Estado para 2025, permitindo desta forma a aprovação do documento.
A discussão e votação do Orçamento do Estado para 2025 está marcada para os dias 30 e 31 de outubro. Segue-se depois a discussão na generalidade e, finalmente, a votação final global, a 28 de novembro.