Número de desempregados em Portugal dispara para 407 mil

por Carlos Santos Neves - RTP
O país chegou ao final de julho com 407.302 desempregados inscritos no IEFP Rafael Marchante - Reuters

Portugal chegou ao final do mês de julho com 407.302 desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional. É um acréscimo de 37 por cento face ao mesmo mês do ano passado. São mais 110 mil pessoas.

Segundo a estatística agora publicada pelo IEFP, “no fim do mês de julho de 2020, estavam registados, nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas, 407.302 indivíduos desempregados. O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (+110.012; +37%) e face ao mês anterior (+637; +0,2%)”.Em cadeia, o IEFP registou o primeiro recuo desde o advento da pandemia da Covid-19. Em julho, porém, a tendência foi para novo aumento.


É ao Algarve que pertence o maior aumento homólogo: uma subida de 216,1 por cento. Em contraste, a Região Autónoma dos Açores teve em julho um recuo em 1,3 por cento no número de pessoas desempregadas.

A pulverização de postos de trabalho potenciada pela pandemia agravou-se em todos os sectores de atividade. Mas foi nos serviços que esta evolução foi mais pronunciada, com um aumento de 47,4 por cento relativamente ao período homólogo – e no âmbito deste sector, o segmento do alojamento, restauração e similares viu o desemprego aumentar em 96,7 por cento face a 2019.

Há, por outro lado, registo de uma diminuição do chamado desemprego jovem, em 0,3 por cento, face a junho. Julho foi mesmo o segundo mês consecutivo de quebra em cadeia. Ainda assim, em termos homólogos, deu-se um aumento de 58 por cento.

Em julho houve 12.705 ofertas de emprego, mais 6,5 por cento do que em junho e menos 34,2 do que no mesmo mês de 2019. As colocações foram calculadas em 6712, menos 12,9 por cento do que em junho e menos 3,8 face a julho do ano passado.
Casais no desemprego aumentam 22% em julho
O número de casais com ambos os elementos inscritos nos centros de emprego cresceu em 22 por cento em julho, relativamente ao mesmo mês de 2019, para os 6560, revelam também os dados publicados esta quinta-feira pelo IEFP.

Do total de desempregados casados ou em união de facto, 13.120, ou 8,2 por cento, "têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego".

Assim, o número de casais em que ambos os cônjuges estão registados como desempregados foi, no final de julho, de 6560, ou seja, mais 22 por cento (1181 casais) do que no mês homólogo e menos 0,8 (-50 casais) face a junho.

Os casais em duplo desemprego têm direito a uma majoração de dez por cento do valor da prestação de subsídio de desemprego que se encontrem a receber, quando tenham dependentes a cargo.

O IEFP começou a publicar informação estatística sobre os casais com ambos os elementos desempregados em novembro de 2010, quando havia registo de 2862 destes casos.

c/ Lusa
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