A CGTP disse hoje que o elenco governativo apresentado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, é constituído por muitos nomes do aparelho do partido e não permite ter confiança numa prioridade na resposta às dificuldades dos trabalhadores.
Em declarações à Lusa, o membro da comissão executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) José Correia considerou que o novo Governo revela "uma ligação aos interesses dos grupos económicos" e é constituído por nomes que se podem "considerar muito do aparelho".
"Naturalmente, não esperamos que este novo Governo, e para mais com este elenco, aponte como prioridade parar com o ataque aos serviços públicos e a um conjunto de direitos fundamentais", afirmou.
Luís Montenegro apresentou hoje ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a composição do XXIV Governo Constitucional, que inclui nomes como Rosário Palma Ramalho como ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ou Pedro Reis como ministro da Economia.
José Correia disse que "um Governo com esta composição não se pode naturalmente esperar uma ação que responda aos problemas que se foram acumulando nos governos anteriores e que hoje significam maiores dificuldades, perda de poder de compra e uma vida com maiores dificuldades para todos os trabalhadores".
"Confirma, no fundo, aquilo que era o programa eleitoral de Aliança Democrática: um programa que não apontava soluções ou uma política que não correspondia à satisfação dos interesses dos trabalhadores", argumentou.
Segundo José Correia, a CGTP vai esperar pelo programa do Governo, mas para já acredita que o novo executivo vai "naturalmente, numa primeira fase, apontar à resolução de uma ou outra medida que corresponderam a compromissos durante a campanha eleitoral, particularmente a questão da contagem de tempo de serviço, do subsídio de missão às forças policiais", mas não acredita "que vá além disso".
O primeiro-ministro Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois, estando o debate do programa de Governo marcado para 11 e 12 de abril.