Novo Banco revê em alta expectativa de lucros e aponta para 700 ME em 2024

por Lusa

O presidente do Novo Banco afirmou hoje que o banco que lidera prevê agora alcançar um resultado líquido de 700 milhões de euros no final do ano, melhorando as previsões anteriores em cerca de 50 milhões de euros.

Numa chamada com analistas, Mark Bourke, que esteve acompanhado do responsável financeiro, Benjamin Dickgiesser, afirmou que o banco estima que o produto bancário ultrapasse os 1.400 milhões de euros.

Segundo o gestor, tal poderá, "em última instância, entregar mais de 700 milhões de euros em termos de lucros após impostos".

"Tudo isto reflete o desempenho robusto em todas as linhas dos indicadores de exploração e a capacidade de expandir os balanços em ambos os lados, tanto nos depósitos, como nas carteiras de crédito", afirmou Bourke.

Na sessão de perguntas e respostas, Bourke voltou a abordar o acordo de capital contingente, do qual tem mostrado vontade de sair antecipadamente, por considerar que o banco tem capacidade de funcionar.

O acordo, válido até ao final de 2025, foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Star, em 2017, e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco. Em contrapartida, o acordo proíbe a distribuição de dividendos pelo banco.

"Se tudo correr o mais depressa possível, poderemos estar prontos no início de 2025", afirmou, apontando que poderia ser acelerado em 12 meses.

"Acreditamos que é do interesse de todos que seja acelerado, mas não podemos dizer mais que isso", vincou.

O Novo Banco anunciou hoje que fechou o primeiro semestre do ano com um lucro de 370,3 milhões de euros, uma quebra de 0,8% em termos homólogos, justificada pelo aumento de provisões.

A margem financeira do banco, que diz respeito à diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, subiu 13,5% em termos homólogos, para 594,9 milhões de euros.

No primeiro semestre, apesar de ter tido um aumento na ordem de 8,7% no seu produto bancário (para 753,0 milhões de euros), o resultado líquido do Novo Banco espelha um reforço das imparidades e provisões, que subiram 56,8%, para 87,8 milhões de euros.

O reforço das imparidades e provisões foi particularmente significativo para outros ativos e contingências, com uma subida de 37,1 milhões de euros face aos primeiros seis meses de 2023. O banco explica que este crescimento é "maioritariamente devido a uma provisão para o processo de transformação, no valor de 30,0 milhões de euros, enquadrada no programa estratégico de inovação e simplificação".

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