Em entrevista à RTP, o secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, argumentou que, ao optar pela nacionalização, o Estado ficaria com peso excessivo no mercado financeiro.
O secretário de Estado referiu que uma nacionalização do Novo Banco levaria o Estado a adquirir uma posição "absolutamente dominante" no mercado bancário.
O governante destacou ainda que o Estado é já detentor de um dos maiores bancos, a Caixa Geral de Depósitos, que representa 25 por cento de todo o mercado. Um banco que, sublinhou, se encontra em processo de recapitalização.
De recordar que a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star foi anunciada na sexta-feira por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, tendo sido mais tarde explicada pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças.
Pressão à esquerda
A venda do banco, que resultou da queda do BES, em 2014, é assunto fechado para o Governo. Mas os partidos à esquerda não dão o negócio como encerrado. O PCP anunciou na segunda-feira que vai apresentar um projeto de resolução no Parlamento a recomendar ao Executivo a suspensão da venda ao fundo de investimento e consequente nacionalização.
Também o Bloco de Esquerda pretende trazer o tema para a ordem do dia, com a marcação de um debate parlamentar de atualidade para quarta-feira sobre o processo de venda do Novo Banco. Catarina Martins defende ainda que o Governo deve levar a venda do banco a votos no Parlamento.
O próprio Partido Socialista pediu uma audição urgente a Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, e de Sérgio Monteiro, responsável pela negociação da venda do Novo Banco.
Veja aqui a versão integral da entrevista a Ricardo Mourinho Félix no programa Tudo é Economia.