Em mais de uma década, o Estado ajudou os bancos com quase 24 mil milhões de euros. A maior parte deste dinheiro não foi reembolsado pelos bancos. Uns pagaram os empréstimos, outros foram alvos de resolução e as custos totais ainda estão por apurar.
Um dos primeiros bancos ajudados foi o BPP. O Estado injetou 450 milhões de euros. Pela mesma altura, o BPN foi nacionalizado.
Entre garantias, aumentos de capital e empréstimos concedidos pelo Estado às sociedades que gerem os ativos que sobraram do banco, os custos com o BPN já atingem os 4.300 milhões de euros. Deste montante, o Estado recuperou 40 milhões com a venda ao agora Eurobic.
Em 2011, não é um nem dois bancos com dificuldades. É o próprio Estado a ser resgatado.
A dimensão do empréstimo estava ainda por definir. Mas o pedido de resgate foi aplaudido por todos os banqueiros, que dias antes tinham fechado a torneira de financiamento de dívida pública.
Na ajuda da troika, houve um pacote destinado à banca. Dos 12 mil milhões de euros reservados para fortalecer o sistema financeiro, Portugal só usou metade, 6 mil milhões.
Em 2012, o BCP recebeu 3 mil milhões de euros e o BPI um milhão e meio - empréstimos que foram reembolsados ao Estado com juros.
O BES sempre recusou o empréstimo do Estado. A resolução do BES custou 4.900 milhões de euros no verão de 2014.
Mesmo depois de vendido aos norte-americanos da Lone Star, o Novo Banco já recebeu injeções de capital a título de empréstimo de quase 3 mil milhões de euros.
No caso do Banif, houve ajudas no tempo da troika e uma resolução já no final de 2015. No total, o Estado injetou 3.350 milhões de euros e recuperou 411.
A Caixa Geral de Depósitos foi o banco que mais solicitou dinheiro ao Estado ao longo da ultima década. Segundo o banco de Portugal foram mais de 6 mil milhões de euros desde 2007.
A mais recente recapitalização do banco público foi de 2.500 milhões de euros, em 2017.
Mas desde então continua a haver empréstimos à banca. E o valor pode não ficar por aqui.