“Na Europa, o pássaro voará segundo as nossas regras europeias”. A frase pode ser encontrada esta sexta-feira no Twitter, agora sob o controlo do magnata da tecnologia Elon Musk, e pertence ao comissário europeu para o Mercado Interno. Thierry Breton foi uma força motriz da regulação das plataformas digitais adotada na União.
O comissário europeu com o portefólio do Mercado Interno ilustra a sua sequência de tweets com um vídeo, publicado em maio, em que surge ao lado de Musk na fábrica de automóveis da Tesla em Austin, no Estado norte-americano do Texas; o empresário garantia então estar “no mesmo comprimento de onda” de Breton, designadamente em matéria de moderação de conteúdos, no quadro do Regulamento dos Serviços Digitais da União Europeia.
👋 @elonmusk
— Thierry Breton (@ThierryBreton) October 28, 2022
In Europe, the bird will fly by our 🇪🇺 rules.#DSA https://t.co/95W3qzYsal
Nos termos da regulação europeia, é imposta a retirada – célere – de qualquer conteúdo considerado ilícito, ao abrigo das leis dos países-membros e da União, a partir do momento em que uma plataforma tenha conhecimento da publicação. Os administradores das redes sociais ficarão ainda obrigados a suspender os utilizadores que prevariquem “frequentemente”.O Regulamento dos Serviços Digitais foi publicado na quinta-feira no Jornal Oficial da UE. Começará a ser aplicado no início de 2024.
As “grandes plataformas” digitais, ou seja, que agreguem “mais de 45 milhões de utilizadores ativos” no conjunto dos países-membros da União Europeia, terão de avaliar os riscos associados aos respetivos serviços e adotar mecanismos para remover conteúdos ditos problemáticos.
Haverá ainda auditorias anuais, a realizar por entidades independentes, além da obrigação de aumentar a transparência sobre os algoritmos.
O advento da era de Elon Musk no Twitter está a suscitar preocupações entre trabalhadores da rede social, utilizadores e organizações não-governamentais que se dedicam ao combate à desinformação.
Musk, que se descreve como um “absolutista da liberdade de expressão”, tem defendido um suavizar da política de moderação de conteúdos. Acenou, por exemplo, com a possibilidade de reabertura da plataforma ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, permanente banido na sequência do assalto ao Capitólio, em janeiro de 2021.
c/ agências
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