Musk só deixa de ser CEO do Twitter quando houver substituto "tonto o suficiente para aceitar"

por Carla Quirino - RTP
Ilustração de Dado Ruvic - Reuters

Depois da votação, no Twitter, favorável à saída de Elon Musk do cargo de CEO, o multimilionário respondeu esta quarta-feira que irá retirar-se, mas apenas quando encontrar alguém para o substituir. O patrão da Tesla adverte que o futuro gestor terá de ser "tonto o suficiente para aceitar o cargo".

À pergunta "Devo deixar o cargo de chefe do Twitter?", que o dono da rede social deixou no domingo, 57,5 por cento dos utilizadores respondeu afirmativamente, contra 42,5 que se opuseram à mudança. A votação teve uma participação de 17 milhões de contas. 

Ainda no dia do inquérito, Elon Musk deixou um palpite de que ninguém quereria assumir a tarefa e ainda garantiu que respeitaria o resultado da auscultação.  

Foi só esta quarta-feira que o empresário quebrou o silêncio e reagiu ao veredito: "Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tonto o suficiente para aceitar o cargo! Depois disso, irei liderar apenas as equipas de software e servidores".


Encontrar alguém para assumir a plataforma afigura-se um desafio, de acordo com Musk. Perante tal manobra, surge mais uma pergunta para um milhão de dólares.
Quem poderá ser o "tonto"? 
Entre os media já se avançam nomes como Sheryl Sandberg, ex-chefe de operações do Facebook, Sriram Krishnan, engenheiro e confidente próximo de Musk, e Jared Kushner, ex-conselheiro presidencial dos EUA e genro de Donald Trump.

Desde que o multimilionário concretizou a aquisição do Twitter, em outubro, demitiu cerca de metade de sua equipa e tentou implementar o pagamento do selo de verificação azul do Twitter.
Cresceram também críticas ao modelo do novo CEO para a moderação de conteúdos na rede, por desencadear um aumento do discurso de ódio e desenformação. Entre outras medidas, Musk retirou a suspensão da conta de Donald Trump e, no sentido inverso, “castigou” vários jornalistas e humoristas que escrevem sobre o Twitter, interditando-lhes o acesso.

Esta restrição dos jornalistas como utilizadores valeu a Musk uma reprimenda das Nações Unidas. Na sexta-feira passada, a ONU tweetou que a liberdade dos media "não é um brinquedo", enquanto a UE ameaçou o Twitter com sanções.
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