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Mundial 2030. "Não é o futebol que nos vai salvar", diz o ministro da Economia

por RTP

Foto: Fernando Veludo - Lusa

O ministro da Economia reconhece que a organização do Mundial vai ter um impacto económico, mas alertou que é preciso "fazer muito mais trabalho".

António Costa Silva afirmou estar feliz mas advertiu, no entanto, que "não é o futebol que vai salvar o país".

António Costa Silva, falava aos jornalistas à margem do I Sustainable Blue Economy Investment Forum, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril, em Cascais.

"Temos de apostar naquilo que vai transformar a economia portuguesa", prosseguiu o ministro da Economia.

"É por isso que estamos a dar grande atenção não só ao nosso `cluster` de energias renováveis, a ligação às indústrias verdes, a construção de equipamentos e manufatura no país e compreendermos que a indústria é absolutamente decisiva. Nós deixámos de industrializar o país, cometemos erros que ainda nem sequer foram analisados ao longo de décadas", acrescentou.

O Campeonato do Mundo de futebol de 2030 vai ser organizado por Portugal, Espanha e Marrocos, anunciou hoje a FIFA, após a reunião do Conselho do organismo.

Portugal estreia-se em Mundiais, depois de ter recebido o Euro2004, a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, enquanto Marrocos acolheu a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988.

Questionado sobre se o investimento no Euro2004 tinha sido um erro, o ministro escusou-se a pronunciar-se sobre o tema.

"O investimento está feito, acho que devemos investir em futebol, em estádios desde que não nos esqueçamos aquilo que é permanente, que é transformador para a economia portuguesa", salientou.

Ou seja, "podemos fazer as duas coisas, não nos centrarmos só numa que é conjuntural e esquecer as outras, e hoje estamos a fazer investimentos em eventos como 2030, mas simultaneamente a tentar esta grande transformação da economia portuguesa que é possível", disse António Costa Silva.

"Um dos erros e dos defeitos que nós temos enquanto povo é que somos muito individualistas, trabalhamos pouco uns com os outros e é por isso que as Agendas Mobilizadoras no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] são transformadoras", rematou.

Esta vai ser a primeira vez que um Mundial será repartido por seis países. Uruguai, Argentina e Paraguai vão receber três jogos do Mundial, como forma de "celebrar o centenário" da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.
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