Os motoristas de Transporte Individual de Passageiros em Veículo Descaracterizado (TVDE) marcaram um protesto para esta sexta-feira. Há concentrações em Lisboa, Faro e Coimbra. Os profissionais do setor exigem compensações e aumento de rendimentos.
À RTP, o presidente do movimento TVDE disse que para muitos motoristas é impossível participar na marcha lenta por causa das dificuldades que enfrentam.
Muitos motoristas fazem chegar ao Movimento TVDE as "suas dificuldades" e "a necessidade de rentabilizarem o seu próprio negócio", dificulta que possam parar.
"Eles têm de trabalhar sete dias por semana, porque os custos de atividade são insuportáveis", acrescentou Vitor Soares.
Estes protestos surgem numa altura em que os valores das viagens, segundo parceiros e motoristas, estão “no limiar da rentabilidade das empresas”, pedindo os manifestantes o pagamento do quilómetro no mínimo de 0,70 cêntimos.
Outra questão prende-se com a pretensão do pagamento de 50 por cento do quilómetro da viagem até à recolha do cliente, dado que, de acordo com o responsável “as plataformas estão a atribuir viagens a 10 quilómetros da recolha” dos passageiros sem que haja qualquer compensação para o motorista.
Os parceiros e motoristas pretendem também a revisão da lei 45/2018, lembrando ter já pedido reuniões aos partidos com assento parlamentar para apresentar as suas propostas de alteração.
O número de certificados de motoristas TVDE registados em Portugal é, segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), 77.441, segundo os dados mais recentes, relativos a 06 de março. São 13 os operadores de plataforma eletrónica de TVDE licenciados em Portugal, mas apenas dois (Bolt e Uber) estão em atividade, sendo os restantes Its My Ride, Vemja, Tazzi, Chofer, Klibber, Mobiz, Tarine, Ixat, Leb, Plink e Just Easy Mob!.
A revisão da lei que regula o TVDE, prevista para 2022, ainda não avançou, cinco anos após a sua entrada em vigor, em 01 de novembro de 2018.
Em 2023, o Governo PS liderado por António Costa adiava a revisão da lei que rege a atividade do setor, prevendo que estivesse concluída este ano, depois de conhecida a diretiva da União Europeia sobre o TVDE.
c/ Lusa