Moody`s diz que acordo do FMI com o Quénia é positivo para o `rating`

por Lusa

A agência de notação financeira Moody`s considerou hoje que o programa de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2,4 mil milhões de dólares ao Quénia é positivo para a análise da qualidade do crédito soberano.

"O programa do FMI vai mitigar as pressões de financiamento que surgem da liquidez de risco e, com o tempo, vai apoiar os esforços de consolidação do orçamento do Governo num contexto de uma rápida subida do peso da dívida, o que é positivo do ponto de vista do crédito", lê-se num comentário ao acordo entre o FMI e o Quénia.

A ajuda financeira do Fundo, no valor de cerca de 1,9 mil milhões de euros, foi anunciada em meados deste mês, mas a Moody`s alerta que "o risco de implementação [do programa do FMI] é elevado devido ao fraco histórico do Governo no que diz respeito à eficácia da política orçamental".

Ainda assim, o programa do FMI, que se prolonga até abril de 2024, "vai aliviar as pressões de liquidez, aumentando as reservas internacionais do Quénia, e apoiar os esforços do Governo na consolidação orçamental que a pandemia de covid-19 adiou".

O défice das contas públicas deverá alargar-te para 8,7% neste ano fiscal, refletindo a redução da coleta fiscal, de acordo com as previsões do Governo, que estão ligeiramente piores que a estimativa da Moody`s, que aponta para um desequilíbrio orçamental de 8,2% do PIB.

No comentário, os analistas da Moody`s escrevem ainda que "a decisão do Quénia de participar na Iniciativa do G20 de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) vai dar ao Governo um alívio de liquidez temporário, reduzindo o montante dos pagamentos em moeda externa a muito curto prazo".

A Moody`s atribui ao Quénia um `rating` de B2, abaixo do nível de recomendação de investimento, com Perspetiva de Evolução Negativa.

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