O montante aplicado em Moçambique nos fundos de pensões, obrigatórios e complementares, caiu 50% no prazo de um ano, indicam dados do banco central compilados hoje pela Lusa.
Aquele montante desceu para 9.070 milhões de meticais (135 milhões de euros), no final de junho.
"Esta redução está associada ao aumento de investimentos em instrumentos de longo prazo transacionados no mercado de valores mobiliários, em detrimento de aplicações de curto prazo no setor bancário", justificou o boletim de estabilidade financeira do Banco de Moçambique, divulgado hoje.
Neste período, o peso dos depósitos dos fundos de pensões sobre o total dos depósitos do setor bancário foi de 1,38%, contra 2,93% registados no primeiro semestre de 2023, o que "demonstra que os recursos dos fundos de pensões tendem a ser uma fonte de financiamento de menor peso com impacto pouco expressivo na avaliação do risco de liquidez".
Em junho de 2023, estavam aplicados em fundos de pensões obrigatórios e complementares, que visam "reforçar as prestações da segurança social obrigatória", 18.200 milhões de meticais (270,5 milhões de euros).
O boletim acrescentou, sobre a evolução do peso do valor dos títulos na posse dos fundos de pensões sobre o total do valor dos títulos no Mercado de Valores Mobiliários (MVM), que este "evidenciou uma tendência crescente", passando para 29,52%, um crescimento de 7,58 pontos percentuais face a junho de 2023.
"Esta tendência, em sentido diferente daquela observada com relação à dinâmica do peso dos depósitos dos fundos de pensões sobre o total dos depósitos do setor bancário, atesta que os gestores destes fundos estão cada vez mais a investir os seus recursos no MVM, preferencialmente em detrimento dos depósitos bancários", conclui o banco central.