Moçambique quer analisar "com cautela" impacto das tarifas anunciadas por Trump
O Governo moçambicano disse hoje que vai analisar, "com cautela", o impacto da tarifa de 16% imposta pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) contra o país africano, sem descartar a reciprocidade de tarifas.
"Há países que, em termos de reciprocidade, já estão a atender esta medida, mas nós precisamos de, com cautela, aprofundar ao nível quer bilateral com os Estados Unidos, mas também ao nível multilateral, perceber qual é o efeito e impacto desta medida", disse Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo moçambicano, durante as declarações semanais aos jornalistas, em Maputo.
O executivo moçambicano pretende reunir-se com a Embaixada norte-americana em Moçambique e outras entidades para discutir o alcance das tarifas alfandegárias aplicadas pela Presidência de Trump, visando perceber, "efetivamente, o que isto significa" e de que formas afeta a relação com os EUA, avançou Impissa.
"Em especial não há nada ainda decidido sobre o que é que isso significa, mas, com certeza, o facto de ser tomada esta medida, desta forma, leva-nos a uma obrigação de termos de sentar para analisar", reiterou o porta-voz do Governo moçambicano.
Durante um grande evento na Casa Branca, na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, que apelidou a data como o "Dia da Libertação" para os EUA, impôs uma tarifa mínima de 10% a dezenas de países em todo o mundo e uma taxa adicional aos que Washington considera "piores infratores" pelas suas barreiras aos produtos norte-americanos.
"Este é um dos dias mais importantes, na minha opinião, da história dos Estados Unidos. É a nossa declaração de independência económica", sublinhou o estadista.
Para além de Moçambique, os outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) abrangidos pela medida anunciada pelo Presidente norte-americano vão registar tarifas de 32% em Angola e 13% na Guiné-Equatorial, com os restantes (Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste) a enfrentarem tarifas de 10%, enquanto Portugal fica incluído nas que recaem sobre a UE.