O Presidente brasileiro, Michel Temer, solicitou hoje ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, a redução das taxas aduaneiras, para que o Brasil aumente as suas exportações para a China.
"Voltámos a tratar do aumento da quota de açúcar, do frango. Especialmente pedimos que a China deixe um pouco de lado as sobretaxas impostas em relação ao frango e ao açúcar, para que nós pudéssemos aumentar as nossas exportações", disse o chefe de Estado brasileiro em declarações à Lusa, à saída de um encontro bilateral, em Joanesburgo.
"De igual modo, o Brasil exporta muita soja em grão para a China e ressaltei ao Presidente Xi Jinping a importância de se examinar também os elementos processados da soja e ele mostrou-se muito recetivo", adiantou o Presidente Michel Temer
No encontro de 30 minutos entre os dois chefes de Estado, que antecedeu o início da 10.ª Cimeira BRICS (que junta o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o chefe de Estado brasileiro apresentou ao líder chinês uma lista de dez pontos sobre a salvaguarda aplicada pela China às importações de açúcar e o direito `antidumping` imposto pelas autoridades chinesas às importações de carnes de aves originárias do Brasil.
"Este é o nosso quinto encontro e nestes encontros todos, a questão das exportações para a China tem vindo a solidificar-se", sublinhou.
"Mencionei também a questão das concessões, das privatizações em curso no nosso país, dos investimentos chineses existentes e de outros" e o "Presidente Xi Jinping disse que vai colaborar muito para investir bastante: ferrovias, portos, aeroportos, linhas de transmissão e agora as distribuidoras de energia eléctrica", explicou o chefe de Estado brasileiro.
A China é o principal mercado comercial de exportação do Brasil, nos setores do agroalimentar e minério.
No primeiro encontro de hoje, Michel Temer abordou ainda com o seu homólogo chinês a instalação no Brasil da sede do escritório regional das Américas do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NBD), cujo acordo será assinado hoje na cimeira a decorrer em Joanesburgo.
A sede será em São Paulo e haverá um escritório em Brasília, explicou à Lusa fonte do governo brasileiro.
No encontro dos presidentes Michel Temer e Xi Jinping, estiveram presentes os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Transportes, Portos e Aviação; Indústria e Comércio; Economia e das Relações Exteriores do Brasil.