Mercados em alerta. Bancos norte-americanos resgatam First Republic com 30 mil milhões

por Inês Moreira Santos - RTP
Justin Lane - EPA

Depois de uma semana de turbulência para os mercados financeiros, na noite de quinta-feira alguns dos grandes bancos norte-americanos uniram esforços para resgatar o First Republic Bank com uma injeção de 30 mil milhões de dólares, depois de a instituição ter registado um crescente número de clientes a retirar dinheiro.

Uma tábua de salvação de 30 mil milhões de dólares para resgatar o FirstRepublic Bank acalmou os receios do mercado sobre um potencial colapso bancário esta sexta-feira, mas a queda de muitas ações nos Estados Unidos, nas últimas horas, revela que os investidores continuam preocupados.O banco norte-americano tinha a terceira taxa mais alta de depósitos não garantidos entre os bancos dos EUA, depois dos intervencionados Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank.

“Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase e Wells Fargo anunciaram hoje que cada um vai depositar cinco mil milhões de dólares para o First Republic Bank. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley farão cada um depósito de 2,5 mil milhões de dólares e BNY Mellon, PNC Bank, State Street, Truist y U.S. Bank farão cada um depósito de mil milhões de dólares”, segundo um comunicado.

Depois deste anúncio, as ações do First Republic, recuperaram e acabaram em alta de 9,98 por cento. De resto, no seu conjunto, os grandes bancos fecharam com ganhos.

A ação dos maiores bancos dos Estados Unidos reflete a confiança no First Republic e nos bancos de todas as dimensões e demonstra o seu total comprometimento em ajudá-los a servir os seus clientes e comunidades”, justificou ainda o grupo de instituições financeiras no documento.

O presidente executivo da First Republic, Jim Herbert, e o CEO, Mike Roffler, também expressaram no comunicado o "profundo apreço” pelos 11 bancos que ajudaram ao resgate.

Apesar do resgate, as ações da instituição bancária com sede em São Francisco caíram 17 por cento. O First Republic viu o seu rating revisto em baixa para a designada categoria lixo, tanto pela Fitch Ratings como pela S&P Global.

Afetado com esta agitação financeira, o dólar está a recuar, esta sexta-feira.

Mesmo com este contexto incerto dos mercados, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, insistiu que o sistema financeiro do país “é sólido” e que os cidadãos dos EUA podem confiar em que os seus depósitos “estão seguros”.

c/ agências
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