Meio mês depois e agosto regista maior área ardida do ano

por Cristina Santos - RTP
Paulo Almada - RTP

Os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas mostram que, comparando com julho, a área ardida duplicou. Até ao dia 15 de agosto, arderam 3.484 hectares, enquanto no mês anterior os incêndios tinham consumido uma área de 1.582 hectares. Ainda assim, "2024 apresenta, até ao dia 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o valor mais reduzido de área ardida, desde 2014".

Isto significa que ardeu o equivalente a mais de três mil campos de futebol nas primeiras duas semanas do mês. Ou seja, em 15 dias as chamas consumiram 44 por cento do total da área ardida este ano em Portugal continental (atualmente o total no continente de área ardida, desde o início do ano, é de 7.949 hectares).

Nas últimas duas semanas, os incêndios consumiram sobretudo áreas de mato (1.676 hectares), além dos povoamentos (1.175) e de zonas agrícolas (633). Isto significa uma mudança em relação a julho no qual tinha ardido uma área superior nos povoamentos (732) relativamente ao mato (475) ou à agricultura (331).

O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) antecipa que agosto vai registar um novo máximo no número de incêndios rurais em 2024, uma vez que na primeira quinzena houve 722 ocorrências. No entanto, pode ler-se no documento que, entre a última década, houve até agora "menos 58 por cento de incêndios rurais e menos 87 por cento de área ardida relativamente à média anual do período", afirma o ICNF."O ano de 2024 apresenta, até ao dia 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o valor mais reduzido de área ardida, desde 2014".

As estatísticas para as causas dos incêndios entre janeiro e a primeira quinzena de agosto deste ano revelam que o fogo posto é a causa isolada mais frequente entre as 2.474 ocorrências investigadas (das quais 1.843 com investigações conclusivas), sendo responsável por 27 por cento dos incêndios rurais.

Entre as outras causas destacam-se também os incêndios rurais com origens acidentais (17 por cento), os reacendimentos (quatro por cento), a realização de fogueiras (dois por cento) e os fogos causados por razões naturais, como a queda de raios (dois por cento).

A nível regional, o distrito de Bragança passou a ser o que regista maior área ardida desde o início do ano, com 2.764 hectares (quase 35% do total nacional). Em segundo surge Viana do Castelo que tem 846 hectares consumidos pelo fogo, seguido de Beja, com 779. Para esta situação pesou decisivamente o grande incêndio que deflagrou na região de Vimioso na semana passada e que consumiu mais de dois mil hectares de terreno.

Já no número de incêndios rurais destacam-se os distritos do Porto (594), Viana do Castelo (328) e Braga (288).

c/ Lusa
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