Marcelo acredita "até ao último segundo" que "vai haver Orçamento"
O presidente da República reiterou esta quinta-feira, dia de novo encontro entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, que mantém “até ao último segundo” a convicção de que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 ainda pode ser viabilizada. Quanto ao cenário de um entendimento entre Governo e Chega, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu para a última reunião do Conselho de Estado, afirmando que “os protagonistas é que decidem”.
Relativamente a uma eventual aproximação entre o Executivo da Aliança Democrática e o Chega de André Ventura, caso a negociação com os socialistas termine sem fumo branco, Marcelo respondeu: “Um Conselho de Estado serve para os conselheiros aconselharem o presidente e falarem entre si”.
“Portanto, no sentido de que o Conselho de Estado foi um passo importante para a exposição dos pontos de vista, para a compreensão dos pontos de vista e para, falando, as pessoas abrirem sempre alguns novos horizontes, o que isso significa ou não os protagonistas é que decidem”, acentuou.“Temos a noção de que o problema do Orçamento é para ser resolvido amanhã, senão hoje mesmo. Mas eu tenho a experiência da minha velhice que é haver orçamentos que são decididos no último minuto, no último segundo. Ora, o último minuto é no final de novembro”.
Quanto à recente avaliação do Fundo Monetário Internacional, que criticou a proposta do IRS Jovem e a descida do IRC, medidas sonantes na proposta de Orçamento do Estado do Governo de PSD e CDS-PP, Marcelo Rebelo de Sousa quis sublinhar que “a posição” da organização “é mista”.
“É mais pessimista quanto à baixa de certos impostos e é menos pessimista quanto à baixa de outros. É uma mistura que, se quiséssemos olhar do ponto de vista interno, agradaria a toda a gente”, acrescentou o presidente, que se escusou a pronunciar-se sobre medidas concretas do Orçamento.
“Trata-se de matéria que ainda vai ser debatida no Parlamento, vai ser debatida na generalidade. Se tudo correr bem, como espero, depois na especialidade”, enfatizou. O presidente da República carregaria na ideia de que “até ao lavar dos cestos é vindima”, referindo-se à reunião desta quinta-feira entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.
“A minha convicção é a de que vai haver Orçamento e que isso é bom para a estabilidade, é bom para a forma como de fora se olha para Portugal, é bom para as agências financeiras, é bom para as instituições europeias, num mundo em que todos os dias temos notícias de que está cada vez mais desarranjado”, insistiu.
“Agora é preciso esperar e ver. É preciso esperar. A espera e a paciência são grandes virtudes”, rematou o presidente, para repetir que “é na base” da expectativa de um entendimento que continua a trabalhar.
A uma semana da data limite para a entrega da proposta de Orçamento do Estado, primeiro-ministro e secretário-geral do PS voltam a reunir-se esta quinta-feira para tentar chegar a um acordo. Luís Montenegro prometeu apresentar uma “proposta irrecusável” aos socialistas.
Tópicos