Lugrade investe 18 ME na reconstrução de fábrica de bacalhau destruída em incêndio

por Lusa

A Lugrade - Bacalhau de Coimbra SA vai investir 18 milhões de euros (ME) na reconstrução da fábrica de Torre de Vilela destruída por um incêndio em 2023 e as obras devem arrancar no primeiro trimestre de 2025.

Segundo o administrador Joselito Lucas, a reconstrução vai ser aproveitada para quase duplicar a área útil da unidade, que vai aumentar de 6.000 para mais de 10 mil metros quadrados.

"Vamos aumentar, obviamente, a capacidade de produção nalgumas das linhas, nomeadamente na demolha e na ultracongelação, que na anterior unidade já estava esgotada", disse o responsável à agência Lusa.

A unidade destruída pelo incêndio de abril de 2023, que tinha sido inaugurada há cerca de seis anos, representou um prejuízo na ordem dos 20 milhões de euros.

A empresa de Coimbra, fundada em 1987, foi obrigada a espalhar-se por nove locais diferentes, entre produção e armazenamento, com recurso a terceiros para armazenamento, produção e embalamento.

"Obviamente que esta situação [perda da unidade] obrigou a uma logística muito pesada, com custos mais avultados, em termos de processos e de armazenamento, mas que neste momento está estável", salientou Joselito Lucas.

O administrador aguarda pela reconstrução da antiga unidade para centralizar em Torre de Vilela todo o processo de armazenamento, produção e embalamento.

Apesar das contrariedades, a Lugrade conseguiu fechar o ano de 2023 com um crescimento acima de 2022 e para 2024 perspetivou um aumento de volume de negócios na casa dos 6%, dos 40 para os 43 ME, que se deve ao aumento do preço do bacalhau.

Cerca de 20% do volume de negócios resulta da exportação, que também vai crescer em 2024.

A Lugrade tem presença regular em mais de 20 países de todos os continentes, embora com peso maior na Europa.

O continente americano também tem um peso "relevante" nas exportações, registando-se ainda algumas vendas para a Ásia e África, "muito assente no mercado da saudade".

O bacalhau produzido a partir de Coimbra, que é importado em maior escala da Noruega, marca também presença em mercados que procuram "uma alternativa a outros peixes e um produto saudável e 100% selvagem".

A empresa emprega atualmente 120 trabalhadores, mas o número vai aumentar significativamente para os cerca de 180 quando a unidade de Torre de Vilela retomar a laboração, o que poderá acontecer ainda no final do próximo ano ou início de 2026.

Após o incêndio na fábrica de Torre de Vilela, a unidade de Casais do Campo acabou por absorver a maioria dos trabalhadores, embora uma parte fosse ainda distribuída pelas instalações de Taveiro e por uma terceira de um parceiro de negócio.

Na unidade de Casais do Campo, que processa o corte e embalamento do bacalhau salgado seco, a administração da Lugrade prepara também um investimento de cerca de meio milhão de euros, previsto para o início de 2025, para aumentar a capacidade produtiva.

 

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