A lista liderada por Rui Paredes ganhou as eleições para a direção da Casa do Douro com 1.509 votos, mais 85 do que a lista de Manuela Alves, num ato eleitoral marcado pela abstenção.
No sábado realizaram-se as eleições para a direção e conselho regional da Casa do Douro, as primeiras depois da restauração, pelo parlamento, como associação pública de inscrição obrigatória. A instituição tem como missão a defesa dos viticultores e da viticultura duriense.
Segundo os dados provisórios publicados na página `online` oficial das eleições (https://www.eleicoescasadodouro.pt) , a lista B de Rui Paredes obteve 1.509 votos e a lista A de Manuela Alves 1.424 votos.
Rui Paredes tem 57 anos, é gestor, pequeno viticultor, diretor da Adega Cooperativa de Favaios, presidente da Federação Renovação do Douro e é vice-presidente do conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Manuela Alves, de 66 anos, é natural de Carlão (Alijó), viticultora e inspetora da Inspeção-Geral de Educação.
O número de viticultores/eleitores inscritos neste ato eleitoral era de 18.655 e o número de votos contabilizados para as duas listas, de acordo com os dados provisórios, é de 2.933, a que se somam mais 84 votos em branco e 102 nulos, ficando a eleição marcada por uma elevada abstenção.
Estes dados ainda não contemplam a votação na mesa de voto de Freixiel, no concelho de Vila Flor.
Em simultâneo, os viticultores elegeram 51 conselheiros para o conselho regional, com a lista A a somar 1.224 votos, a lista B 1.113 e a lista C 589 votos.
Esta noite foram publicados os resultados provisórios e os resultados definitivos têm que ser afixados até ao dia 31.
O mandato é de três anos e a direção eleita tomará posse, em princípio, em janeiro, perante o conselho regional de viticultores. O mandato da direção só pode ser renovado duas vezes.
O conselho é composto por 51 membros eleitos por sufrágio direto dos associados singulares, sendo depois designados representantes das adegas cooperativas, cooperativas agrícolas e associações de viticultores.
Criada em 1932 para defender os viticultores, a organização viu alterados os estatutos para associação privada de inscrição voluntária em 2014 e, dez anos depois, volta a ter uma dimensão pública.
A nova lei foi aprovada em janeiro deste ano, com os votos a favor do PS, PCP, BE, PAN, Livre e do então deputado social-democrata Artur Soveral de Andrade, a abstenção do PSD e os votos contra do Chega, Iniciativa Liberal (IL) e do deputado socialista Capoulas Santos.