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Juros continuam a subir apesar do FMI

por RTP
FMI estima que Portugal vai precisar de 74 mil milhões de euros até 2012 RTP

Os juros sobre os títulos de dívida soberana portuguesa estão a subir em todos os prazos, com exceção da linha com maturidade a um ano. A remuneração exigida pelos investidores para deter títulos de dívida com maturidade a cinco anos ascende a 10,163 por cento apesar de a missão técnica da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu já estar em Portugal para avaliar as contas públicas.

A remuneração exigida pelos investidores para deter os títulos de dívida da linha com maturidade a cinco anos atingia os 10,163 por cento. As 10h21, Na linha a 10 anos, a 'yeld' agravou-se 0,027 pontos percentuais para os 8,663 por cento, de acordo com a agência financeira Bloomberg.

Ouras seis linhas, com maturidade entre os dois e os oito anos, registavam 'yelds' acima dos 9 por cento.

O juro da maturidade a um ano aliviou 0,085 pontos percentuais para 7,531 por cento, enquanto o da maturidade a seis meses subiu 0,34 pontos percentuais para 6,253 por cento.

FMI estima que Portugal vai precisar de 74 mil milhões de euros até 2012
As contas fazem parte do relatório “Fiscal Monitor” do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado ontem, com base em “projeções macroeconómicas menos otimistas”, previsões estas que "foram preparadas antes de as autoridades portuguesas terem solicitado a ajuda externa”.

O documento refere que o país tem mais de 21,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) hipotecado com o pagamento de dívidas só este ano. O cenário repete-se em 2012.

O défice em 2011 deverá situar-se nos 5,6 por cento, um por cento acima da perspetiva do Governo.

O FMI estima que o esforço de consolidação orçamental exigido a Portugal entre 2010 e 2020 será de 6,4 por cento, abaixo dos 12,4 por cento da Irlanda, dos 10,5 por cento da Grécia, dos 9,3 por cento do Reino Unido e dos 8,2 da Espanha.

Tendo por convicção que "o Banco Central Europeu (BCE) comprou principalmente títulos da Grécia, Irlanda e Portugal", o FMI sustenta que, então, “as compras totais do BCE durante 2010 representam cerca de 87 por cento do défice fiscal nestes países".

O documento do FMI também refere “estratagemas” utilizados por Portugal, nomeadamente ao nível da contabilidade. "No curto prazo, estes estratagemas de contabilidade tipicamente aumentam a receita reportada ou diminuem a despesa, mas em troca diminuem receita futura ou aumentam a despesa futura", lê-se no texto, em alusão aos ativos do fundo de pensões da Portugal Telecom.

Outro dos expedientes utilizados pelo Governo português consistiu em "diferir o reporte dos gastos".

"Em algumas parcerias público-privadas, o setor privado investe em edifícios públicos ou infraestrutura, e o governo paga por serviços fornecidos pelos ativos nas décadas a seguir. No Reino Unido, as obrigações criadas por estes acordos ascendem a 2,25 por cento do PIB em fevereiro de 2010". Em Portugal, "estes acordos criaram obrigações no valor de cerca de 3,5 por cento do PIB (sem contar com as concessões rodoviárias)".
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