Internacionalização das Pousadas de Portugal vale prolongamento da concessão ao Grupo Pestana

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 25 Set (LUSA) - O Estado vai prolongar por cinco anos a concessão das Pousadas de Portugal ao grupo Pestana, desde que o grupo construa no estrangeiro cinco novas pousadas num total de 300 quartos, segundo um acordo hoje assinado.

"Os investimentos são da responsabilidade do grupo Pestana e será devida uma renda anual à ENATUR igual à que é paga em território nacional pela cedência da marca [2,5 por cento sobre as vendas]", referiu Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal.

Luís Patrão falava durante a cerimónia de assinatura do aditamento ao contrato de concessão, no Ministério da Economia que, referiu o presidente do Turismo de Portugal "fixa um novo regime de autorização genérica para criação de pousadas no estrangeiro. Cada caso deixa de ser analisado individualmente".

Segundo o acordo, os novos empreendimentos vão nascer em locais com história ligada à presença portuguesa.

As mesmas ideias foram sublinhadas pelo secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, "que destacou a importância da promoção internacional através da marca Pousadas de Portugal", agora com metas definidas.

O aditamento hoje assinado é o "estímulo" que faltava, reconheceu Castelão Costa, presidente das Pousadas de Portugal, que se escusou a adiantar onde serão as novas pousadas no estrangeiro.

"Temos um grande leque de projectos que vamos analisar, em diversos países" referiu, apontando os casos de Brasil, Macau, Goa e outros em África, mas sem adiantar quaisquer estimativas de investimento.

A Pousada de Portugal já existente em Salvador, Brasil, e que é a única da rede no estrangeiro "já conta para as obrigações do grupo Pestana nesta matéria", esclareceu Castelão Costa.

O contrato assinado em 2003 previa uma concessão por 15 anos, mais cinco caso forem cumpridas obrigações que previam a abertura de 200 novos quartos, "o que não está longe de acontecer", referiu Luís Patrão.

Assim, o aditamento hoje assinado pode levar a concessão até aos 25 anos.

No acordo hoje assinado, o Turismo de Portugal e o Grupo Pestana subscreveram ainda o interesse em candidatar ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) a construção de três novas pousadas em território nacional.

Os empreendimentos estão projectados para o Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, a Fortaleza de Peniche e o antigo Sanatório da Serra da Estrela, na Covilhã - este último com candidatura já apresentada, referiu o presidente do Turismo de Portugal.

As três pousadas faziam parte do contrato inicial, assinado há cinco anos, e vão agora beneficiar de verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), ao qual a ENATUR as vai candidatar.

Num terceiro ponto, o aditamento esclarece que cabem à ENATUR ou Estado os investimentos em imóveis que lhes pertencem e ao grupo Pestana o investimento nas restantes unidades.

As Pousadas de Portugal passaram a ser exploradas pelo grupo Pestana Pousadas em Setembro de 2003, na sequência da privatização da Enatur, onde o grupo passou a ter 49 por cento do capital.

O Estado Português, através da Direcção Geral do Tesouro e do Turismo de Portugal, detém os restantes 51 por cento da Enatur.


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