Insolvências e lay-off começam a ser (de novo) uma realidade, avisa a AEP

por Antena 1

O Presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) deixa ficar o alerta: as empresas estão a lutar com a diminuição do volume de negócios e com um cenário difícil de gerir que está a levar a insolvências e ao lay-off.

É preciso uma resposta, no imediato, ao desafio da competitividade externa. Em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, Luís Miguel Ribeiro diz que os sinais que o governo tem dado, nomeadamente na proposta de Orçamento do Estado, são positivos, mas não basta, "falta intensidade", porque os problemas existem e já estão a acontecer.
Adianta mesmo que os problemas com as empresas não afetam só o calçado e o têxtil, estendem-se também à metalomecânica e mesmo à construção civil.
No programa Conversa Capital, o Presidente da AEP acusa a AICEP de estar parada na articulação com as associações empresariais e de dificultar a realização de missões ao estrangeiro.
E refere também que o Banco de Fomento, nalguns casos, está a promover financiamentos mais caros do que a banca comercial.
Por parte do Ministério da Economia, reconhece "abertura e vontade de fazer", mas "falta fazer"! Para já vê apenas "um conjunto de boas intenções" e recorda que há coisas para as quais não é preciso dinheiro, é apenas necessário agilizar o funcionamento.
Se tivesse de votar a proposta do Orçamento do Estado, Luís Miguel Ribeiro abstinha-se porque é um orçamento sem ambição, afirma.
Sobre a decisão do PS de viabilizar a proposta de Orçamento do Estado considera que foi uma atitude responsável, mas adianta que é preciso que os maiores partidos assumam compromissos de médio prazo para que haja mais previsibilidade.
Adianta que a AEP não irá desistir de fazer passar as suas ideias junto dos partidos e do Governo para que em sede de especialidade as suas propostas possam ser acolhidas. 

Destaca em particular a necessidade de redução do IRC para 15 por cento, em 2027, a revisão dos escalões do IRS para tributar menos os trabalhadores e a alteração das regras para que as empresas possam efetivamente pagar prémios de desempenho.

Nesta entrevista, o Presidente da AEP revelou ainda que concorda com a privatização a 100 por cento da TAP.
Sobre a continuidade da Exponor na AEP, garantiu que o processo de venda do ativo não está fechado, que as negociações decorrem e que a AEP ficará com a exploração e, eventualmente, com a propriedade da Exponor.

Entrevista de Rosário Lira, da Antena 1, e de Diana Mar, do Jornal de Negócios para ouvir aqui.
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