Hotelaria desacelera mas mantém "crescimento elevado" em fevereiro

por Lusa

A hotelaria em Portugal manteve em fevereiro um "crescimento homólogo elevado" de 11,2% nas dormidas e 12,5% nos proveitos totais, mas a um ritmo "ligeiramente menor" do que em janeiro, informa hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em fevereiro registaram-se 2,2 milhões de dormidas, um acréscimo homólogo de 11,2% que compara com os 13,4% de janeiro, enquanto os proveitos totais aumentaram 12,5% e os proveitos de aposento subiram 15,4%, contra os 18,1% e 17,9% do mês anterior, respetivamente.

O RevPAR (rendimento por quarto disponível) aumentou 12,4% para 19,6 euros.

Segundo o INE, no período, o mercado interno aumentou 18,5% (+17,8% em janeiro) e os mercados externos 8,1% (+11,2% no mês anterior), enquanto a estada média (2,57 noites) pouco oscilou e a taxa líquida de ocupação-cama (29,5%) aumentou 2,3 pontos percentuais (p.p.).

"Esta evolução reflete a tendência geral de crescimento que se vem verificando de forma mais evidente desde o segundo trimestre de 2014, acrescida de um efeito de calendário associado às festividades do Carnaval, que em 2014 ocorreu em março e este ano em fevereiro, próximo ao dia de S. Valentim, o que motivou campanhas promocionais dirigidas principalmente ao mercado interno", refere o instituto.

Em fevereiro de 2015, os estabelecimentos hoteleiros registaram 864,9 mil hóspedes, o que representa um acréscimo de 11,8% (12,8% em janeiro).

Os hotéis concentraram 67,5% do total de dormidas e destacaram-se com um acréscimo de 15,8%, enquanto as pousadas, com um peso relativo "substancialmente menor" (1,2%) apresentaram um "incremento assinalável, em resultado de campanhas promocionais e de aumento da oferta" face a igual mês de 2014.

A contrastar com a evolução "marcadamente positiva" do mercado interno estiveram as dormidas de não residentes, que se fixaram em 1,5 milhões (+8,1%), em desaceleração desde dezembro.

Segundo o INE, os dez principais mercados emissores representaram 77,2% das dormidas de não residentes em fevereiro, aumentando a sua importância relativa face ao mês homólogo de 2014 (74,9%).

O mercado britânico, com uma representatividade de 22,2%, manteve a tendência de desaceleração (+3,2% em fevereiro), em contraste com a evolução em 2014 (+10,5%), enquanto a Alemanha (16,6% do total) subiu 7,8%, em linha com o ano anterior (+7,9%).

Já as dormidas do mercado espanhol aumentaram 11,3%, correspondendo a 8,5% do total de dormidas de não residentes, e a França registou um aumento expressivo (+24,0%), aumentando o seu peso relativo para 7,8%.

Em fevereiro registaram-se "aumentos expressivos" das dormidas em todas as regiões, à exceção do Algarve, destacando-se o Alentejo, Açores e Centro (+28,4%, +24,1% e +21,1%).

Lisboa e a Madeira mantiveram um aumento significativo (+18,8% e +8,0%), enquanto o Algarve decresceu 1,5%.

Analisando apenas o mercado interno, o INE destaca o Alentejo (+35,1%) e o Centro (+28,3%), seguindo-se o Algarve, com um acréscimo de 27,3% e um peso de 11,7% do total de dormidas de residentes.

Sem alteração de tendência, os Açores e Lisboa foram as regiões com maior incremento de dormidas de não residentes (+30,9% e +24,2%, respetivamente), salientando-se também o Alentejo (+13,7%) e o Norte (+13,4%).

No Algarve acentuou-se a redução (-5,3%), atribuída à menor procura do mercado britânico, sendo que as dormidas de estrangeiros pesaram 84,8% no total dessa região, uma preponderância apenas suplantada na Madeira (91,7%).

No que diz respeito aos proveitos, todas as regiões apresentaram acréscimos, à exceção do Algarve (-0,4%).

O destaque pelo maior crescimento nos proveitos de aposento foi para o Centro (+25,1%), Alentejo (+21,4%) e Lisboa (+20,4%), tendo Lisboa tido o maior peso relativo (38,1%) nos proveitos totais nacionais.

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