O presidente da CIP, Armindo Monteiro, que participou hoje no 15.º Encontro Ibero-Americano, em Cuenca, no Equador, considerou que há maior união económica do que política neste espaço, onde vê uma oportunidade para Portugal.
"Portugal é maior quando sai da Europa. A Europa, neste momento, não é aquele espaço onde devemos pôr todas as fichas, permitam-me dizer assim, e o espaço ibero-americano é um espaço importante nesta reconstrução mundial que se está a fazer", declarou Armindo Monteiro aos jornalistas, num hotel de Cuenca, à margem do 15.º Encontro Ibero-Americano, em que também esteve o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o presidente da CIP -- Confederação Empresarial de Portugal, "já não há bilateralismo, agora o que há é uma construção de blocos comerciais, de blocos económicos, e este bloco pode ser, a partir da Península Ibérica, com todos os países da América Latina, efetivamente uma oportunidade".
"Porque estes, ao contrário de outros, precisam mais de nós e nós precisamos mais deles", sustentou.
Questionado sobre o facto de apenas os chefes de Estado de Portugal, de Espanha e do país anfitrião, Equador, mais o chefe do Governo de Andorra estarem presentes em Cuenca para a 29.ª Cimeira Ibero-Americana, Armindo Monteiro comentou: "Significa que há uma maior união económica que uma união política".
"Há neste momento, particularmente nesta zona, alguns problemas, eu não diria apenas de insegurança, mas diria sobretudo de falta de entendimento entre os países da América Latina. É preciso dizê-lo, não há um entendimento muito bom, há algumas dificuldades, diria, políticas", apontou.
"Mas isso é no plano político. Eu devo dizer que no plano económico estiveram os 22", realçou, comparando a 29.ª Cimeira Ibero-Americana com o 15.º Encontro Ibero-Americano, que juntou centenas de empresários.
Na opinião o presidente da CIP, "é estranho, porque a política deve ajudar a promover a economia, a política não deve ser uma dificuldade para construir a economia".
"Naturalmente que não estou a dizer para a política se subordinar a economia, nada disso. Estou a dizer que a política deve ajudar a economia. E esta desunião política, naturalmente, não é um bom sinal para quem apenas quer construir espaços comerciais e económicos de desenvolvimento sustentável e a pensar naturalmente nas comunidades. Isso não é um bom exemplo que a política dá", acrescentou.
No plano económico, Armindo Monteiro aconselhou a que se olhe para "o que está a acontecer nos Estados Unidos, aquilo que está a acontecer no Leste, aquilo que está a acontecer no Extremo Oriente".
"É também um sinal para nós, portugueses, termos esta noção muito pragmática de que podemos construir espaços económicos sem ter que ser necessariamente impulsionados pelos maiores do globo", defendeu.
"Nós temos aqui uma oportunidade", reforçou.