Reunidos em Alicante para apresentar o gasoduto de hidrogénio que irá ligar a Península Ibérica ao resto da Europa, os líderes de Portugal, Espanha e França anunciaram esta sexta-feira que a infraestrutura terá um custo de 2,5 mil milhões de euros e deverá estar operacional até 2030.
O projeto H2Med, lançado oficialmente em Alicante, Espanha, surge em substituição do MidCat, delineado em 2003, que iria ligar as redes de gás de França e Espanha através dos Pirenéus.
De acordo com o presidente francês, Emmanuel Macron, o novo projeto deverá estar concluído até ao fim da década. O gasoduto de hidrogénio verde vai ligar Barcelona e Marselha e terá um custo aproximado de 2,5 mil milhões de euros, revelou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Portugal, Espanha e França vão procurar obter financiamento europeu através do mecanismo “Connecting Europe”. O objetivo é obter fundos europeus para comportar até metade dos custos, revela um documento do governo espanhol a que a agência Reuters teve acesso.
Também de acordo com esse documento, a ligação entre Portugal e Espanha terá um custo de 350 milhões de euros.
A secção submarina do gasoduto será conhecida como “BarMar”, enquanto que a ligação terrestre entre Celourico da Beira e Zamora é designada de "CelZa". Todo o projeto de ligação entre Portugal, Espanha e França será denominado H2MED.
Este projeto será proposto à Comissão Europeia até 15 de dezembro de forma a poder beneficiar do estatuto de “projeto de interesse comum”, indicou Emmanuel Macron.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também esteve presente nesta cimeira e sublinhou que este projeto que junta Lisboa, Madrid e Paris vai “na direção certa” e é elegível para financiamento.
Esta infraestrutura irá permitir o transporte de “hidrogénio verde”, produzido na Península Ibérica a partir de energias renováveis. Ao contrário do que se previa inicialmente, o gasoduto destina-se apenas ao hidrogénio verde e não ao gás fóssil, nem sequer numa fase inicial.
O primeiro-ministro António Costa sublinhou que este corredor dedicado exclusivamente ao hidrogénio verde "muda significativamente o paradigma" nos países envolvidos.
"Para além de sermos simplesmente importadores e reexportadores de energias, reforçamos a nossa posição enquanto produtores e exportadores de energia para o conjunto da Europa" vincou o chefe de Governo português.