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Grupo Oásis com casa cheia para a Páscoa em Cabo Verde antes de abrir sexto hotel

por Lusa

O grupo hoteleiro português Oásis Atlântico, um dos maiores em Cabo Verde, conta com lotação quase esgotada nos cinco hotéis no arquipélago na Páscoa, forte procura no verão e a abertura, este mês, da sexta unidade, na Boa Vista.

"Tudo indica que volte a ser um verão com excelentes taxas de ocupação, aí sim já comparáveis a 2022, que foi um verão muito bom. Nessa altura teremos já uma sexta unidade do grupo, desta vez na ilha da Boa Vista - o nosso novo `White Hotel` abre em breve e será certamente um excelente contributo para a ilha, tanto a nível de viagens de negócios como de lazer", explicou o diretor executivo do grupo Oásis Atlântico, Alexandre Abade.

Este novo hotel na Boa Vista, a segunda ilha de Cabo Verde mais procurada pelos turistas, tem abertura prevista para a segunda quinzena de abril e vai disponibilizar 66 quartos.

Já para este período da Páscoa, o grupo conta com os hotéis Salinas Sea, na ilha do Sal, e Tarrafal Alfândega Suites, na ilha de Santiago (inaugurado em 2022), com lotação esgotada. O hotel Belorizonte, também no Sal, conta com lotação a 70% nesta semana da Páscoa e o Porto Grande, na ilha de São Vicente, a cerca de 85%.

O hotel Praiamar, também na ilha de Santiago, é o que apresenta uma taxa de ocupação mais reduzida entre os cinco do grupo no período da Páscoa, mas que até sobe na semana seguinte, com a realização, na Praia, do "Kriol Jazz" festival.

Em Cabo Verde, o grupo Oásis Cabo Verde conta com uma oferta total de 1.028 quartos e emprega 902 trabalhadores.

"Estamos ainda a comparar com os números de pré-pandemia, pois a verdade é que a nossa atividade só retomou na totalidade a partir de maio, em 2022. Por esta altura, no ano passado, ainda tínhamos muitas incertezas e algumas restrições, que depois no verão se dissiparam completamente. É sempre importante referir o papel que as autoridades locais tiveram nesta retoma, gerindo as restrições e abertura do país e permitindo que o turismo, fonte de receita tão importante, retomasse assim que foi possível", acrescentou Alexandre Abade.

O Oásis Atlântico é um grupo económico português nascido em Cabo Verde na década de 1990, instalando-se em seguida no nordeste do Brasil, em 2000, e em Marrocos, em 2019. Dispõe atualmente de oito hotéis, dos quais cinco em Cabo Verde, dois no nordeste brasileiro e um em Saidia, Marrocos, além de vários projetos imobiliários e turísticos em Cabo Verde e no Brasil.

Os hotéis cabo-verdianos receberam em 2022 um recorde de 835.945 turistas e mais de quatro milhões de dormidas, segundo dados anunciados no final de março pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o relatório de Movimentação de Hóspedes em Cabo Verde em 2022, com as estatísticas do turismo produzidas pelo INE, o número de hospedes ultrapassou no ano passado o recorde anterior, que foi de 819.308 turistas em 2019, antes da pandemia de covid-19, e cresceu ainda 394% face aos 169.068 turistas em 2021.

Já nas dormidas, o recorde continua a ser o registado em 2019, com 5.117.403, sendo as 4.088.412 dormidas de 2022 um aumento de 387% face a 2021, mas ainda abaixo do verificado em 2016 (4.092.551 dormidas).

A ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde, continuou a liderar a procura, com 61,8% do total das entradas, seguida da Boa Vista com 21,0% e Santiago com 9,3%.

O principal mercado emissor de turistas para Cabo Verde em 2022 foi o Reino Unido, com 258.422, equivalente a 30,9% do total das entradas, seguido da Alemanha com 11,5%, Países Baixos com 10,5%, Portugal com 10,5% e França com 5,6%. O total de cabo-verdianos a procurar unidades hoteleiras em Cabo Verde no ano passado representou também 5,6% do total, totalizando 46.647 pessoas.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.

Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, entretanto, voltou a rever, para mais de 8% e já no final do ano para 10 a 15%.

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