Estão a verificar-se esta quarta-feira novas perturbações na circulação de comboios por causa da greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal. A paralisação, que se prolonga por 24 horas, é a terceira desde o início do ano e tem por base a reivindicação de melhores condições laborais e aumentos de salários.
Circularam 142 comboios - acima dos 106 definidos como serviços mínimos -, dos quais quatro no longo curso, 32 no regional, 70 nos urbanos de Lisboa, 33 nos urbanos do Porto e três em Coimbra.
No longo curso, foram suprimidos nove de 13 comboios programados. No serviço regional, não se realizaram 35 composições de 67 programadas.Nos comboios urbanos de Lisboa, foram suprimidas 45 composições de 115 previstas e no Porto não se realizaram 20 de 53. Em Coimbra, de sete comboios programados não circularam quatro.
Os profissionais de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária afirmam que a empresa assumiu o compromisso de encetar negociações em 2022. Ao cabo de mais de um ano, ainda não têm resposta.
A CP advertiu para os potenciais constrangimentos causados por este novo período de greve na IP.
“Informamos que, devido a uma greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP - Infraestruturas de Portugal, responsável pela gestão da infraestrutura ferroviária, antecipam-se perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional no dia 10 de janeiro de 2024”, indicou a empresa ferroviária.Os efeitos desta greve na circulação de comboios podem estender-se à manhã de quinta-feira.
Estão definidos serviços mínimos, com a exceção da Linha de Cascais, “onde se prevê a realização da maioria dos serviços”.
A CP assegura ainda aos clientes com bilhetes adquiridos para comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional que “permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”.
Ao início da manhã, a equipa de reportagem da RTP em Alverca testemunhou os primeiros constrangimentos. Na estação de Coimbra B, o quadro de informações anunciava já ligações suprimidas. No Porto, as supressões atingiam sobretudo os comboios urbanos. Pelas 9h00, em Agualva-Cacém, na Linha de Sintra, as dificuldades acumulavam-se. Recorde-se que os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal cumpriram já dois dias intercalados de paralisação desde o início do ano.
A 4 de janeiro, o último dia de greve, foram suprimidos 781 comboios de 1.088 programados, ou 71,8 por cento, das 0h00 às 19h00. A 2 de janeiro haviam sido suprimidos 798 comboios de um total de 1.086 programados.
c/ Lusa