O secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, respondeu hoje a críticas sobre o custo da colocação da dívida da CGD afirmando que o banco público conseguiu uma "taxa melhor" do que o Banco Popular de Espanha.
"Foi de facto nos 10,75% mas este valor é inferior aos 12% que o Banco Popular de Espanha, que tem um `rating´ melhor que a CGD, conseguiu, e essa é que é verdadeiramente a comparação que devemos fazer, porque é banco com banco que estamos a comparar, irem ao mercado, através de investidores privados", declarou.
O secretário de Estado, que tomou posse em dezembro e interveio hoje pela primeira vez no parlamento, respondia ao deputado do CDS-PP João Almeida, no debate de urgência promovido pelo PCP sobre a questão da dívida pública.
Álvaro Novo disse que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) conseguiu uma "taxa melhor" do que o Banco Popular, em consequência de beneficiar de um programa aprovado pela Comissão Europeia "sem ser ajuda de Estado" e esse facto "gerou confiança junto dos investidores".
"Temos um caso prático muito claro sobre o que é esta maioria a gerir dívida. O que se passou com a Caixa Geral de Depósitos? Emitiu dívida mais cara, com uma taxa de juro mais alta, do que aquela que foi atribuída ao empréstimo no tempo do governo PSD/CDS. Onde estão os deputados que naquela altura diziam que essa taxa ia pôr em causa o balanço da CGD? Uma taxa de 8,5% ia por em causa o balanço da CGD, o que dizem sobre uma taxa de 10,75%?", tinha questionado o deputado do CDS-PP.
João Almeida perguntou também os deputados do PS, PCP e BE se "agora já não tem problema nenhum" a receita da operação hoje realizada pela CGD "não ir para os contribuintes portugueses e ir para aquilo que chamam `os fundos abutres´.
Em resposta à deputada do BE Mariana Mortágua, o secretário de Estado frisou que percentagem da dívida nas mãos não nacionais caiu de 85% em 2009 para 35% em 2016.
A CGD emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela agência Bloomberg.