Governo recusa visão "alarmista" sobre eventual redução de entregas de gás da Nigéria

por RTP
Reuters

A Nigéria alertou na última noite a Galp para uma "redução substancial" na produção e fornecimento de gás natural liquefeito. Em comunicado enviado ao regulador dos mercados financeiros, a energética afirma que o fornecedor nigeriano se justifica com as cheias naquele país africano. O Ministério do Ambiente já reagiu. Diz o gabinete do ministro Duarte Cordeiro que não existe, até ao momento, qualquer redução do abastecimento, sublinhando ainda que "qualquer informação alarmista é desadequada".

"O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informa que não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria. Mesmo que tal acontecesse, não há escassez no mercado", salienta a estrutura governativa em comunicado remetido às redações.A Nigéria é o maior fornecedor de gás natural de Portugal. Nos primeiros nove meses do ano, abasteceu mais de metade do gás consumido no país.

"Qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global", acrescenta.

A RTP apurou, todavia, que o Governo admite a possibilidade de um aumento das importações de gás a partir de Espanha.
A petrolífera portuguesa diz não ter mais informação, por parte do fornecedor nigeriano, que permita avaliar potenciais impactos, mas admite que pode haver falhas no fornecimento.
"Redução substancial"

A Nigeria LNG Limited advertiu a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito", por causa das inundações registadas na África Ocidental e Central.

"A Galp informa que recebeu da Nigeria LNG Limited, o seu principal fornecedor de gás natural, um aviso de força maior com base nas vastas inundações que se verificaram na Nigéria, provocando uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito e líquidos de gás natural", lê-se em nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

"A Galp lamenta o impacto humanitário causado pelas inundações, e continuará a acompanhar atentamente esta situação, informando sobre qualquer desenvolvimento material", completa a empresa.
Impacto das chuvas
De acordo com o Programa Alimentar Mundial da ONU, cinco milhões de pessoas em 19 países da África Ocidental e Central sofreram o impacto de fortes chuvas. As inundações fizeram centenas de vítimas mortais. Mais de um milhão de hectares de terras agrícolas ficaram destruídos.


Um dos países mais afetados é a Nigéria, onde as cheias afetaram 3,48 milhões de pessoas, provocaram um número indeterminado de mortes e devastaram 637 mil hectares de terras agrícolas.

c/ agências
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